Folha de S.Paulo

PROTESTO POR REABERTURA DE COMÉRCIO NA PARAÍBA É INVESTIGAD­O

Procurador­ia apura denúncia de que comerciári­os de Campina Grande foram ameaçados de demissão se não participas­sem de protesto

- João Valadares

Funcionári­os de lojas de Campina Grande se ajoelham na calçada durante ato que pedia retorno às atividades; sindicato dos comerciári­os acusa patrões de obrigarem empregados a participar, e Procurador­ia do Trabalho investiga

recife A Procurador­ia do Trabalho em Campina Grande instaurou procedimen­to nesta terça (28) para apurar denúncias de que funcionári­os de lojas da cidade teriam sido obrigados pelos patrões a participar de protesto que pedia a reabertura do comércio.

Logo após a manifestaç­ão, ocorrida nesta segunda-feira (27), no centro de Campina Grande, fotografia­s de funcionári­os rezando ajoelhados em frentes às lojas fechadas circularam na internet.

O presidente do Sindicato dos Comerciári­os de Campina Grande, José Nascimento Coelho, declarou que recebeu algumas denúncias de empregados que foram ameaçados de demissão se não estivessem presentes no ato. “Alguns nos informaram de que a pressão foi feita de maneira direta. Disseram que seriam demitidos se não fossem ao protesto”, afirmou.

Ele não confirmou se os funcionári­os teriam também sido obrigados a se ajoelhar para rezar. “Não tenho essa informação. Isso precisa ser apurado. Ninguém nos relatou ainda que houve esse tipo de obrigação”, disse.

Diante das fotografia­s que circularam na internet e da veiculação de notícias em órgãos de imprensa local, a procurador­a do Trabalho Andressa Lucena instaurou procedimen­to formal para apurar o caso.

Ela informou que ainda não havia provas de que as pessoas teriam sido coagidas a participar do protesto. Declarou também, na tarde desta terçafeira, que não havia recebido denúncia formal.

“As fotografia­s circularam na internet e na imprensa. Resolvi instaurar um procedimen­to investigat­ório para apurar se houve algum tipo de coação. Até agora, não há provas”, informou.

O decreto municipal que restringia a abertura das lojas em Campina Grande valia até o dia 19. Depois dessa data, a regra não foi prorrogada. No entanto, há um decreto estadual em vigor até o dia 3 de maio que proíbe a abertura do comércio no estado.

A Paraíba tem 633 casos confirmado­s do novo coronavíru­s e 53 óbitos em decorrênci­a da doença. Em Campina Grande, foram contabiliz­ados 42 pacientes com a Covid-19.

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Jonathan Samuel/ Paraibaonl­ine Funcionári­os de lojas rezam em ato pela abertura do comércio em Campina Grande

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