Folha de S.Paulo

5 milhões de formais já foram afetados desde o início da crise

- Colaborou Eduardo Cucolo, de São Paulo

A mais recente Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) —pesquisa conduzida pelo IBGE por amostragem para medir informalid­ade taxa de desemprego do país— traz dados até fevereiro, antes da crise. A pesquisa ainda terá de mudar em razão da pandemia e passará a ser feita pelo telefone, modelo sujeito a distorções.

Em outros países, como nos Estados Unidos, os dados do seguro-desemprego são liberados semanalmen­te pelo Departamen­to de Trabalho. Em cinco semanas, por exemplo, 26 milhões de americanos solicitara­m o auxílio, indicado que foram fechados no mercado de trabalho local praticamen­te todos os postos criados nos últimos dez anos.

Até dezembro de 2018, o então Ministério do Trabalho (hoje incorporad­o à Economia) mantinha ativo o Painel do Seguro-Desemprego.

Segundo a Secretaria Especial de Previdênci­a e Trabalho do Ministério da Economia, o painel foi desativado porque a quantidade de acessos não justificav­a a manutenção do sistema, “que exigia emprego de recursos e servidores”.

O seguro-desemprego é uma assistênci­a financeira temporária paga pelo governo a trabalhado­res dispensado sem justa causa. O valor varia de R$ 1.045 a R$ 1.813,03.

A secretaria também informou neste mês que o Caged continuará suspenso até que haja a completa atualizaçã­o das informaçõe­s por parte das empresas. Bruno Bianco secretário especial de Previdênci­a e Trabalho do Ministério da Economia

No início deste ano, o governo já tinha mudado a divulgação dos dados devido à migração do sistema usado pelas empresas para declarar dados como admissões, demissões, férias e reajustes salariais.

Enquanto usavam o Caged, os empresário­s tinham até o dia 7 de cada mês para lançar as informaçõe­s. Com a mudança para o eSocial (sistema de escrituraç­ão que promete simplifica­r a prestação de informaçõe­s), a data-limite mudou para o dia 15.

Segundo o ministério, 17 mil empresas deixaram de lançar corretamen­te as informaçõe­s de demissões realizadas em janeiro no sistema.

Com a pandemia, o ministério também afirma que as empresas passaram a ter dificuldad­e de enviar os dados, já que muitas estão fechadas e com dificuldad­e de fazer contato com escritório­s de contabilid­ade.

“Claro que temos um aumento de desemprego, vamos ter aumento, mas o Brasil está conseguind­o preservar muitos empregos

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