Próximo Oscar vai aceitar filmes do streaming e juntar categorias de som
Mudanças para a 93ª edição foram anunciadas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas
são paulo A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou nesta terça-feira que a 93ª edição do Oscar, marcada para fevereiro de 2021, vai considerar filmes que estrearem só em plataformas de streaming.
Atualmente, para um título ser elegível às categorias principais da premiação, ele precisa ser exibido num cinema da região de Los Angeles por pelo menos sete dias consecutivos, com três sessões diárias. Devido à pandemia de coronavírus, no entanto, essa regra foi flexibilizada.
Agora, só os longas que forem lançados depois do fim do isolamento social precisarão obedecer, parcialmente, à regra. Aqueles que forem disponibilizados ao público enquanto os cinemas continuam fechados, portanto, terão a chance de concorrer ao Oscar, incluindo o de melhor filme.
Quando os cinemas começarem a reabrir nos Estados Unidos, de acordo com a Academia, as normas de eligibilidade serão revistas, mas a exibição de filmes com pretensão de chegar ao Oscar não precisará ocorrer necessariamente em Los Angeles. Outras áreas metropolitanas do país foram incluídas entre as aceitas pelo comitê da premiação —Nova York, Chicago, Miami, Atlanta e a região de San Francisco.
A mudança, mesmo que temporária, acontece após anos de embate no setor cinematográfico. Há quem defenda que filmes lançados por serviços de streaming não deveriam concorrer ao Oscar. Por outro lado, gigantes como a Netflix têm tentado emplacar títulos na premiação ao promover exibições especiais em cinemas, tornando, assim, seus longas elegíveis.
Na edição deste ano, a Netflix marcou forte presença no Oscar, com filmes como “O Irlandês”, “História de um Casamento” e “Dois Papas” concorrendo em algumas das principais categorias. Foram 24 indicações para o estúdio, que acabou embolsando só duas estatuetas.
Junto do anúncio sobre estreias do streaming, outras mudanças de regras também foram anunciadas pela Academia. A principal delas é a junção das atuais duas categorias de som —melhor edição e melhor mixagem. Agora, os filmes irão competir em melhor som, para “enfatizar o trabalho em equipe”, segundo o comunicado.
A categoria de melhor trilha sonora também foi reformulada. Para ser elegível, um filme agora precisa ter pelo menos 60% de músicas originais na trilha. No caso de sequências e franquias, a porcentagem é de 80%.
A votação preliminar para determinar os títulos que avançam na corrida pela estatueta de filme internacional, a partir de 2021, será aberta a todos os membros votantes da Academia.
Além disso, a próxima cerimônia será a última que aceitará a distribuição de material físico, como DVDs e roteiros impressos, para a consideração dos votantes em qualquer categoria.
O comunicado ainda afirma que novas mudanças poderão ser anunciadas pela Academia conforme a atual pandemia de coronavírus avança nos Estados Unidos.