Isolamento derruba índices de comércio, indústria e serviços
Após queda na indústria e em serviços, o IBGE divulgou recuo de 2,5% nas vendas do comércio em março, pior resultado no mês em 17 anos. Para impulsionar setor, frete grátis volta a ser regra no varejo eletrônico.
são paulo Afilados u perm ercadoéaperdiçã odo público que não resiste a um chocolatinho exposto na beira do caixa. Mas, se o consumidor vai às compras com menor frequência e tampouco pode entrar numa loja para pegar só um bombonzinho, como manter a demanda pelos doces?
Após a migração forçada para o online das vendas de chocolate da Páscoa e do Dia das Mães, o setor projeta mais receita com o comércio virtual mesmo fora de datas especiais.
Desde a Páscoa, marcas com lojas próprias eque não vendiam chocolates no supermercado foram em busca decanais de venda online mais sólidos.
Os executivos não dizem o motivo pelo qual as vendas de chocolate pela internet ainda estão em níveis relativamente iniciais —quanto do investimento era alocado para a expansão desses canais digitais ouse havia uma demanda limitada por parte do consumidor.
O fato é que a maioria dos ecommerces de chocolate ainda engatinhava até que a pandemia levou ao isolamento social e afetou em cheio as vendas —e o comportamento de consumo dos clientes do setor.
Segundo a presidente do Grupo CRM, das marcas Kopenhagen, Lindt e Chocolates Brasil Cacau, Renata Moraes, o maior esforço desde o início do distanciamento social foi o de transformar lojas em centrais de delivery, medida que trouxe um giro de vendas positivo nas marcas do grupo.
“Além dos drive-thrus nos shoppings, que nos ajudaram bastante, outro ponto fundamental foram os marketplaces. Conseguimos rapidamente fazer parcerias estratégicas com Magazine Luiza, Rappi e Uber Eats, por exemplo, o que também foi importante para as vendas do período”, disse.
O diretor de chocolates da Nestlé Brasil, Leandro Cervi, afirmou que a empresa começou seu processo de transformação digital há dois anos.
“O maior tempo dentro de casa tem mudado as rotinas de muitas pessoas, que estão muito mais conectadas e impactando as vendas no ecommerce e o engajamento em nossos canais digitais. As vendas online cresceram três dígitos na Páscoa de 2020”, disse.
Ainda segundo o executivo da Nestlé, tendo em vista o cenário de saúde pública do país, a maior parte dos investimentos em marketing foi direcionada ao comércio online.
Mesmo entre as empresas que ainda não contavam com frentes fortes nos canais digitais a expectativa é de crescimento. O presidente da Chocolateria Brasileira, Christian Neugebauer, diz que a companhia precisou adaptar os canais de vendas pelo WhatsApp e pelo Instagram, além de fechar parceria com o iFood.
Para o executivo, o comportamento do consumidor já reflete as mudanças trazidas pelo atual cenário, e a expectativa é que as mudanças perdurem. “Acredito que o Natal ainda terá forte resquício do digital, mesmo com as lojas funcionando. As pessoas já estão aprendendo a usar esse poder de compra, comparando preços e optando pelo lugar que entrega mais rápido. Essa proporção do online e offline vai mudar. Seremos cada vez mais digitais.”
“A versatilidade do chocolate é um ponto a favor do produto quando se trata de itens presenteáveis e, diante do atual cenário, as empresas continuarão a oferecer seus produtos nos diferentes canais”, disse o presidente da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas), Ubiracy Fonsêca.