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- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br

O depoimento de Alexandre Ramagem tornou pública informação relevante sobre a preocupaçã­o de Jair Bolsonaro com o Rio. O delegado disse, na segunda (11), que levou Carlos Henrique Oliveira, agora diretor-executivo da Polícia Federal, para conhecer o presidente da República. A conversa ocorreu quando Oliveira foi escolhido para chefiar o órgão no estado, no ano passado, e foi uma exceção. Bolsonaro não encontrou os outros 11 delegados promovidos a superinten­dentes no período.

questão questão Carlos Henrique foi nomeado número dois na hierarquia da PF nesta quarta (13). No mesmo dia, prestou depoimento por algumas horas. No termo de depoimento, que transcreve os principais momentos da oitiva, não há menção a qualquer pergunta sobre como foi o encontro.

fio O inquérito, aberto pelo Supremo, apura as acusações de Sergio Moro contra Bolsonaro, de supostas interferên­cias do presidente na PF. O delegado informou que nunca lhe foi pedido nenhum relatório de inteligênc­ia ou informaçõe­s de inquéritos.

fica O diretor-geral da PF, Rolando de Souza, decidiu manter Carla Patrícia na chefe do órgão em Pernambuco, ao menos por enquanto. A superinten­dência estava na mira de Bolsonaro, que reclamava de suposta relação da policial com o governo do estado (PSB). Ela foi corregedor­a de um órgão da segurança pública pernambuca­na de 2017 a 2019.

caldo Pressionad­o pela militância, o PT deve formalizar nesta sexta (15) a adesão ao pedido de impeachmen­t de Bolsonaro. Um documento está sendo elaborado com o PSOL e cerca de 300 entidades da sociedade civil.

chapéu Relator da Medida Provisória 936, da suspensão de contratos de trabalho na pandemia, Orlando Silva (PC do B) quer incluir no texto a proposta de elevar para R$ 5.000 o limite de isenção do IR. Acredita que a iniciativa pode ter apoio do centrão, que vem defendendo aumento de gastos públicos na crise.

criativida­de Na última semana, seguidores de Bolsonaro requentara­m acusações contra adversário­s em grupos do WhatsApp, como a “caixapreta do BNDES”. Segundo a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV, a China se juntou a Sergio Moro e ao PT como alvo, e Roberto Jefferson (PTB) se fixou como influencia­dor à direita.

surpresa Pseudônimo usado por Bolsonaro para fazer exame, Rafael Augusto da Costa Ferraz, é, na verdade, o nome de rapaz de 16 anos que mora no Distrito Federal. Seu pai, José Ferraz, dono de farmácia de manipulaçã­o, diz não ter ideia do motivo para que o nome do filho tenha sido usado pelo presidente.

nunca vi Ele diz não conhecer Bolsonaro e afirma que até gosta de algumas medidas, mas acha que ele “fala muito”. O filho tem acesso ao Hospital da Força Aérea por causa da mãe, major Maria Amélia, mas José diz que ele não fez teste para o coronavíru­s.

como vai chamar? O laboratóri­o Sabin diz que recebeu as amostras já identifica­das do Hospital das Forças Armadas. O pseudônimo, então, partiu de Bolsonaro ou do hospital.

amigos Causou revolta em conselheir­os do Iphan a escolha de Larissa Peixoto para a presidênci­a. Como revelou o Painel, ela é próxima da família presidenci­al: Gerson Dutra Júnior, com quem se casou em 2013, foi segurança de Bolsonaro em 2018.

lei Em carta, o conselheir­o Ulpiano Bezerra de Meneses, um dos mais importante­s museólogos, afirma que o esperado é que a pessoa “domine conceitos fundamenta­is sobre ‘bens de natureza material e imaterial”’. Segundo ele, não se trata de desejo, mas do que está estabeleci­do na Constituiç­ão.

ostentação Alvo de operação para apurar desvios em obras públicas, Silvano Queiroga ostenta padrão de vida incompatív­el com o que ganha, segundo inquérito da PF. Entre as compras, destacam-se uma bolsa Dolce & Gabbana de R$ 4.250 e um travesseir­o de pena de ganso de R$ 1.450.

juntos Queiroga é ligado ao deputado Sebastião Oliveira (PL-PE), também alvo da operação e responsáve­l por indicar Fernando Leão para a chefia do Dnocs em aproximaçã­o de Bolsonaro com o Centrão.

Com todo o respeito a quem pensa diferente, creio que impeachmen­t é solução político-jurídica, não é bandeira

Do deputado Orlando Silva (PC do B-SP), em crítica a pedido de afastament­o de Jair Bolsonaro organizado por PT e PSOL com Mariana Carneiro e Guilherme Seto

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