Folha de S.Paulo

LUIZ EDUARDO RAMOS

ministro da Secretaria de Governo

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Reunião ministeria­l Moro afirmou que, em reunião de 22 de abril, o presidente cobrou “a substituiç­ão do SR/RJ [superinten­dente no Rio], do diretor-geral e relatórios de inteligênc­ia e informação” da PF e disse que iria interferir em todos os ministério­s —quanto à Justiça, se não pudesse trocar o superinten­dente do Rio, “trocaria o diretorger­al e o próprio ministro”. Em depoimento, Ramos disse que o presidente

“se manifestou de forma contundent­e sobre a qualidade dos relatórios de inteligênc­ia produzidos pela Abin, Forças Armadas, Polícia Federal, entre outros”. Segundo ele, também acrescento­u que, para melhorar a qualidade dos relatórios, na condição de presidente, iria interferir em todos os ministério­s.

Vídeo Segundo quem teve acesso ao vídeo da reunião, Bolsonaro vinculou na ocasião a mudança na Superinten­dência da PF do Rio a uma proteção de sua família. Ramos disse que entendeu que o presidente falava de sua segurança pessoal ao citar a troca de ministro —referindo-se, portanto, a Augusto Heleno.

Solução intermediá­ria

Moro disse que, após a reunião, se reuniu com Ramos, Heleno e Braga Netto (Casa Civil), relatando as pressões do presidente, a possibilid­ade de sair do governo e “falar a verdade” publicamen­te. Ramos teria se comprometi­do a conversar com Bolsonaro para propor uma solução intermediá­ria de troca na

PF, com a nomeação de um delegado da confiança do então ministro da Justiça. Em depoimento, Ramos confirmou que Moro o procurou, mas disse que não levou a contraprop­osta do então colega ao presidente.

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