ALEXANDRE RAMAGEM
diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência)
Relações com o clã
Bolsonaro Moro afirmou que Bolsonaro queria substituir o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, por Ramagem, amigo da família do presidente, e que isso poderia configurar desvio de finalidade na nomeação. Justificou que a troca era sem causa e viabilizaria ao presidente interagir diretamente com os delegados nomeados para colher relatórios de inteligência. Ramagem negou ter amizade com os filhos de Bolsonaro, mas disse que goza de “consideração, respeito e apreço da família” do presidente e da confiança dele. Alegou que, mesmo que tivesse intimidade pessoal com o clã, isso não seria motivo para desprezar seu currículo de policial. Escalado pela PF, Ramagem comandou a segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018.
Nomeação para a diretoriageral da PF Ramagem foi nomeado por Bolsonaro para assumir a PF, mas o Supremo barrou o ato por suspeita de desvio de finalidade. O presidente, então, decidiu alçar ao posto um delegado ligado a Ramagem, também egresso da Abin, Rolando Alexandre de Souza. No depoimento, Ramagem admitiu ter sido consultado sobre as qualificações de Rolando tanto por Bolsonaro quanto pelo ministro da Justiça, André Mendonça.
Ingerência na PF
Moro diz que a possível troca de comando na PF poderia dar margem a interferência nas investigações. Segundo Ramagem, o presidente “nunca chegou a conversar, sob a forma de intromissão”, sobre investigações específicas que pudessem, de alguma forma, atingir pessoas a ele ligadas.