Folha de S.Paulo

Na linha de frente da vida, foi médico e professor

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

são paulo O paulistano João Vicente Nocera era filho de imigrantes italianos e tinha dois irmãos. A mãe, dona de casa exemplar, cuidava da família, e o pai trabalhava no comércio.

O amor pela medicina cresceu com João. O destino já falava, alto e bom som, que ele seria um médico conceituad­o. A família se esforçou, juntou as economias para investir no futuro urologista e cirurgião.

Sonho realizado. João formou-se na Escola Paulista de

Medicina, onde conquistou a cadeira de professor-adjunto da disciplina de urologia.

Paralelame­nte ao consultóri­o particular, trabalhou nos hospitais São Paulo e Cruz Azul, onde assumiu a direção clínica, e foi capitãoméd­ico da Polícia Militar.

Casou-se com sua única namorada, não muito tempo depois de tê-la visto pela primeira vez. Da união com Maria Thereza de Carvalho Nocera nasceram duas filhas.

Um convite para lecionar na Faculdade de Medicina da Universida­de Católica de Pelotas

e assumir a direção da escola fez com que se mudassem para o Rio Grande do Sul.

Lá também atendia pacientes, na Santa Casa de Misericórd­ia de Pelotas e em um consultóri­o particular. Era, ainda, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, segundo recorda o genro, o aposentado Álvaro Luiz de Carvalho Tomassini, 74. “Ele amava a medicina e dar aulas.”

“João era um homem de fino trato, amável, educado, honesto e dedicado à família. Mesmo depois de muitos anos de formação, estava sempre estudando a literatura médica para se atualizar”, diz Tomassini.

Após cerca de seis anos no Rio Grande do Sul, voltou para São Paulo. A saída foi provocada por mudanças na universida­de —mas João adorava o movimento da cidade grande. Saía bastante, mesmo após se aposentar.

Quando a vida pedia um pouco de paz na rotina agitada, geralmente aos finais de semana, o local escolhido era a chácara em Monte Alegre do Sul (130 km de SP).

João Vicente Nocera morreu dia 8 de maio, aos 92 anos. Estava com a saúde debilitada, e seu quadro se agravou quando teve problemas hepáticos. Ficou internado, mas não resistiu. Deixa a esposa, duas filhas e dois genros, três netos e um bisneto.

APARECIDA DE LOURDES GONÇALVES MESSIAS

Aos 61, casada com Edval dos Santos Messias. Cemitério Jardim do Pêssego, r. Iososuke Okaue, 911, Jardim Helian.

LUCY FRANCISCA FIRMINO

Aos 77, viúva. Cemitério Jardim do Pêssego, r. Iososuke Okaue, 911, Jardim Helian.

MARIA GENI BRAGA DE OLIVEIRA

Aos 80, casada com Reginaldo Cabral de Oliveira. Cemitério Municipal de Seropédica (RJ).

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