Após reforma, gestão Covas quer conceder Anhangabaú
Iniciativa privada teria que investir em melhorias e cuidar do espaço público
são paulo Após iniciar uma reforma estimada em R$ 80 milhões no Vale do Anhangabaú, a gestão Bruno Covas (PSDB) publicou consulta pública para concessão do espaço público por dez anos.
O Anhangabaú é umas das apostas para ser vitrine de Covas e está em reforma atualmente, com previsão de entrega para este ano.
O espaço continuará aberto ao público. A expectativa da prefeitura é evitar gastos com a administração do local e obter algum retorno financeiro, ainda que baixo diante do valor da reforma. O plano, porém, surge em momento de grave crise econômica, em que a iniciativa privada tem evitado riscos.
Segundo a gestão Covas, haverá uma outorga fixa de R$ 370 mil, mais uma variável de R$ 1,3 milhão e investimentos previstos de R$ 6,4 milhões. Há ainda uma previsão de arrecadação de R$ 504 mil em ISS, o que totalizaria um ganho de R$ 8,6 milhões.
“O vencedor da concessão deverá fazer a gestão, manutenção, preservação e ativação sociocultural do local, além de fornecer gratuitamente atividades de interesse coletivo na área da concessão, que podem ser socioculturais, educacionais, esportivas ou recreativas e de lazer”, diz a prefeitura.
Os investimentos previstos, segundo a gestão, são: monitoramento e vigilância com implantação de câmeras e postos de segurança 24h; instalação de lixeiras e sanitários públicos; fornecimento de energia elétrica, água, esgoto e telefonia; disponibilização de Wi-Fi gratuito; o desenvolvimento de aplicativo móvel para fornecimento de informações com relação ao cronograma de atividades previstas para a área e, ao longo dos 10 anos da concessão, fazer reparos e manutenção de todas as áreas, galerias, quiosques e equipamentos existentes.
Como contrapartida, a empresa poderia locar áreas pertencentes à prefeitura, explorar publicidade e eventos. O edital considera que a iniciativa privada poderia arrecadar R$ 7 milhões com essas receitas. A maior parte, R$ 5,76 milhões, viria dos aluguéis. Por outro lado, há R$ 4,19 milhões em custos previstos.
Segundo o plano de negócios, a empresa poderá locar quiosques e utilizar áreas onde hoje funcionam serviços da prefeitura como o Centro de Referência e Cidadania do Idoso (CRECI) , Centro de Referência da Dança (CRD) na Galeria Formosa, e o Atendimento ao Servidor (IPREM) na Galeria Prestes Maia.
Na galeria Prestes Maia, são propostos estruturas móveis ou com estrutura independente nas marquises exteriores e áreas de alimentação e de compras no seu interior. Já na galeria Formosa a prefeitura propõe um café que se integre com a parte térrea externa da galeria e à praça Ramos de Azevedo; um ateliê onde poderão ser recebidos usos ligados as artes, educação e produção de conteúdo; e um bar, que se integre ao túnel subterrâneo que liga a galeria à rua Xavier de Toledo.
A pandemia do novo coronavírus pode significar um novo entrave. Devido à crise econômica anterior, a prefeitura já enfrentava problemas em seus planos de desestatização. Além disso, alguns dos negócios propostos como fonte de receita, em locais fechados, podem enfrentar desafios extras em um cenário de isolamento prolongado.