Folha de S.Paulo

Polícia investiga festas clandestin­as com centenas de pessoas no PR

- Katna Baran

curitiba Pelo menos quatro festas clandestin­as que reuniram centenas de pessoas em Curitiba e região metropolit­ana no último fim de semana estão na mira da polícia civil do Paraná. Decretos estadual e municipal proíbem o funcioname­nto de baladas e a organizaçã­o de festas enquanto perdurar a pandemia.

Um dos eventos ilegais ocorreu na última sexta (9) em uma casa da capital paranaense. Alguns vídeos publicados nas redes sociais geraram indignação. As imagens mostram dezenas de pessoas, sem máscaras e sem distanciam­ento social, dançando ao som de música eletrônica tocada por um DJ.

Em outro trecho do vídeo, nem o frio da noite curitibana impediu que um rapaz pulasse de cueca numa piscina sob gritos e risadas dos amigos. As imagens trazem a legenda “a vida é uma festa” e o termômetro marca 10°C.

De acordo com a delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Decrisa), entre 150 e 200 pessoas participar­am do evento. No cardápio, bebidas como cerveja artesanal e vodca importada. O valor do ingresso era de R$ 50.

As investigaç­ões já identifica­ram quatro organizado­res da festas, que devem responder pelos crimes de associação criminosa, infração de medidas sanitária preventiva e incitação ao crime. As penas somadas podem chegar a cinco anos de reclusão.

Também foram identifica­dos nove participan­tes, com idades de 18 a 30 anos. Eles devem responder por infração de medidas sanitárias preventiva­s, incitação e apologia ao crime, pelas postagens nas redes sociais. As investigaç­ões continuam para identifica­r mais pessoas, entre elas estariam influencia­doras digitais.

Outras três festas estão na mira da polícia, que não forneceu detalhes para não prejudicar as investigaç­ões. A delegada Aline Manzatto, que conduz o inquérito, aponta como “reprovável” a conduta de organizado­res e participan­tes desses eventos.

O cresciment­o do número de festas clandestin­as preocupa também o sindicato de bares e casas noturnas. “As pessoas que vão a esses eventos correm sérios riscos, não só de se contaminar­em pelo coronavíru­s, mas também pela segurança pessoal. Você não sabe se tem saída de emergência, se tem segurança. Nós temos o exemplo da boate Kiss”, afirma Fábio Aguayo, presidente da entidade.

“As pessoas que vão a esses eventos correm sérios riscos, não só de se contaminar­em pelo coronavíru­s, mas também pela segurança pessoal. Você não sabe se tem saída de emergência, se tem segurança. Nós temos o exemplo da boate Kiss Fábio Aguayo presidente do Sindicato das Empresas de Gastronomi­a, Entretenim­ento e Similares de Curitiba

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