Série ‘Em Defesa de Jacob’ seria melhor se fosse um filme e com outros atores
Em Defesa de Jacob *****
Primeiros cinco episódios disponíveis na Apple TV+; sexto episódio disponível nesta sexta (15)
Já ficou claro que “Em Defesa de Jacob”, que terá oito capítulos, é um bom programa. Mas não é ótimo.
Chris Evans interpreta Andy Barber, marido de Laurie Barber, interpretada por Michelle Dockery, a Mary de “Downton Abbey”. O casal tem a vida virada de cabeça para baixo quando o filho adolescente, o Jacob do título, é acusado de ter matado um garoto.
Andy é promotor e sua mulher trabalha num centro para crianças. Junto do filho, levam uma vida idílica dessas de classe média alta dos subúrbios americanos. O casal é lindo, se ama, tem dinheiro, gosta do que faz, o filho não dá trabalho.
Mas essa sensação é vista em flashback, já que, na primeira cena, Andy aparece sendo interrogado e com uma aparência péssima.
Como todo thriller, a força está na verdade que vai aparecer por trás do crime. Cada episódio revela um pedaço dessa trama, assim como o esforço do pai em provar a inocência do filho. A mãe não tem certeza de que não foi Jacob o autor.
A série tinha tudo para dar certo. É uma produção bem cuidada, a trama é intrincada o suficiente, mas algumas coisas não funcionam.
Uma é o ritmo dos episódios, um pouco lentos demais e algo manipuladores.
O segundo é o casal, que não convence. Evans é perfeito demais para viver uma pessoa normal, e não tem envergadura emocional. E Dockery tem só duas expressões, a cara de a assustada e a de alívio.
O melhor é Jaeden Martell, como o garoto acusado, que demonstra a emoção certa em cada passagem. Jacob é um menino inteligente, mas não parece muito atingido pela acusação que sofre e não dá pistas se é inocente ou não.
“Em Defesa de Jacob” ainda pode se revelar, mas a sensação até aqui é que a trama funcionaria mais num filme com um casal vivido por atores com mais experiência e menos bilheteria.