Batalha contra germes muda prioridades do setor de viagens
Pandemia deve resultar em volta dos descartáveis, novos protocolos de desinfecção e serviço sem contato
the new york times A pandemia de Covid-19 já transformou a forma como pensamos o turismo, e tudo indica que as mudanças vieram para ficar.
Para tentar descobrir qual será o futuro das viagens, foram ouvidos dezenas de especialistas. Veja abaixo o que eles pensam sobre cinco tópicos.
Como vão ser os aeroportos?
O Aeroporto Internacional Luis Muñoz Marin, em Porto Rico, pode ajudar a entender como será a fiscalização dos passageiros. Câmeras térmicas estudam os viajantes na chegada e acionam um alarme quando são registradas temperaturas de 38ºC ou mais. Os passageiros febris são retidos.
Os empreendimentos também devem ficar maiores. O espaço será vital para garantir que os passageiros não formem filas compactas. Dados de localização no celular podem acionar um aviso sobre a chegada de um viajante ao aeroporto. Isso permitiria que ele fosse verificado já ao desembarcar do veículo.
Robôs ficariam encarregados de carregar a bagagem de mão, o que eliminaria a disputa pelo espaço no bagageiro acima do assento.
Os turistas voltarão ao mar?
Poucos segmentos sofreram um abalo maior do que o de cruzeiros. E só fazer promoções não vai resolver o problema depois da pandemia.
“O maior desafio será reduzir a percepção de risco, e isso exigirá mudanças”, diz Robert Kwortnik, professor da Universidade Cornell. Entre as práticas que devem surgir, ele menciona exames de sangue e planos de contingência para infecções.
Para Ross Klein, sociólogo da Universidade Memorial da Terra Nova, no Canadá, os navios podem virar hotéis e ser usados estacionados, o que facilitaria o desembarque no caso de uma emergência.
Como vai ficar a locação temporária de imóveis?
O futuro da locação de imóveis para férias depende, entre outros fatores, dos protocolos de limpeza e das regras de cancelamento dos sites.
Enquanto hotéis adotaram regras generosas na pandemia, as plataformas de locação de acomodações tiveram abordagens variadas. Antes, elas permitiam que os anfitriões determinassem as regras. O Airbnb passou por cima desse critério, oferecendo reembolso pleno ao viajante.
A plataforma recomendou novas práticas de limpeza e criou uma categoria de ofertas, que indicará quando nenhum hóspede ocupou o imóvel nas 72 horas anteriores.
Limpeza será um novo critério de conforto?
Quando as restrições a viagens forem suspensas e os hotéis reabrirem, a limpeza terá posição central.
A maioria das empresas de hotelaria já está testando sistemas eletrostáticos de desinfecção de interiores e luzes ultravioleta para sanitizar as chaves dos quartos.
A rede Marriott planeja oferecer serviço de quarto sem contato físico, por meio de seu aplicativo. Os quartos da cadeia Hilton terão um lacre na porta, para indicar que ninguém entrou neles.
A onda ecológica acabou?
Em um mundo avesso a germes, os plásticos descartáveis retornarão? “O trabalho para redução do uso de plástico perderá espaço”, diz Megan Epler Wood, do Programa de Gestão de Ativos de Turismo Sustentável da Universidade Cornell. “Mas existem motivos para esperança.”
O distanciamento social pode reduzir o número de visitantes em locais que sofrem com o turismo de massa, e as medidas de isolamento devem diminuir as emissões de carbono em 8% neste ano.