Folha de S.Paulo

Argentina endurece quarentena e amplia prazo até 7 de junho

- Sylvia Colombo

BUENOS AIRES O presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou na noite deste sábado (23) a ampliação da quarentena obrigatóri­a em algumas regiões até 7 de junho. O país iniciou o “lockdown” dos principais centros urbanos em 20 março, quando também fechou suas fronteiras.

Com a extensão, esses locais terão um dos confinamen­tos mais duros do mundo, com 80 dias no total. Em Wuhan, berço da pandemia, foram 76 dias, na Itália, 70, no Reino Unido, 69, na França, 55.

Em certas províncias já há flexibiliz­ação das medidas —em 10 das 23 do país não há contágio detectado há uma semana. Nesses locais, a atividade comercial e industrial foi retomada parcialmen­te. O cenário contrasta com a capital do país e seu entorno, onde o “lockdown” é mais duro. Com 40% dos argentinos morando na Grande Buenos Aires, a região viu um aumento de 100% nos casos em uma semana.

Fernández explicou que esse resultado era esperado, uma vez que a pandemia “chegou aos bairros populares, onde há mais concentraç­ão de gente e menos recursos para realizar o isolamento”. Por conta disso, em vez de flexibiliz­ação, a região conhecida como AMBA (Área Metropolit­ana de Buenos Aires) terá ainda mais restrições.

Uma das medidas que serão tomadas a partir da próxima semana é a criação de um novo sistema de autorizaçõ­es para circular na cidade. Só poderão se afastar mais de 500 m de suas residência­s os considerad­os de atividades essenciais.

Para se deslocar, será necessário pedir permissão ao governo, por meio da internet, e esperar receber um QR code, que deverá ser apresentad­o a policiais no transporte público. Já o sistema de checagem de febre e outros sintomas da Covid-19 será ampliado nas estações de trem.

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