EUA ‘barram’ brasileiros ‘para proteger o povo americano’
A notícia foi adiantada na CBS pelo assessor de Segurança Nacional de Trump, com uma declaração que ecoou no noticiário pelo resto do domingo: “Por causa da situação no Brasil, nós vamos dar todos os passos necessários para proteger o povo americano”.
A confirmação veio por Fox News e outros, com a secretária de imprensa de Trump dizendo que ele “tomou ação decisiva para proteger nosso país”. A CNN noticiou quando seu destaque era que a Covid-19 “mata povos indígenas em taxa alarmante” no Brasil.
A informação ocupou o alto de New York Times e Wall Street Journal no fim do domingo, o primeiro com o enunciado “EUA barram viagens do Brasil”. Na explicação do principal jornal americano, “os casos explodiram no país, agora com o maior surto depois dos EUA”, acrescentando:
“Quando outros países começaram a tomar medidas drásticas para conter a propagação do vírus, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, minimizou os riscos e incentivou reuniões públicas.”
O WSJ anotou que o veto aos brasileiros “não se aplica ao comércio”. No primeiro ano do governo Bolsonaro, o Brasil foi o país com o qual os EUA tiveram maior aumento em seu superávit comercial.
PARCERIA PRODUTIVA O Financial Times destacou que, “poucas horas antes do anúncio, o ministro do exterior, Ernesto Araújo, um autoproclamado fã de Trump, saudou a ‘ótima cooperação Brasil-EUA na luta contra a Covid-19’, depois que o presidente dos EUA doou mil respiradores”. Araújo disse, sublinhou o FT, que há “uma parceria produtiva entre duas grandes democracias”.
em brasília O South China Morning Post noticiou, com foto na home, que o “Presidente de extrema direita Jair Bolsonaro se une a apoiadores em meio a surto”, no ato em Brasília. Alguns, noticiou a CNN Brasil, foram à Embaixada da China com fotos do presidente Xi Jinping e do embaixador, em faixas com dizeres como “son of bitch”. A embaixada condenou “ofensas e provocações de uma minoria” que não “abala a amizade entre os povos chinês e brasileiro”.
PALAVRÕES Título do Huanqiu/Global Times, do PC chinês, para o vídeo de Bolsonaro: “34 palavrões em duas horas!”. Não cita ataques à China.