Folha de S.Paulo

Brasileiro­s tentam voltar ao país há 2 meses

Itamaraty diz que 4.300 esperam solução; veja depoimento­s em Malta, no México, na Austrália, na Índia e em Portugal

- Flávia Mantovani

viçosa (mg) Desde que a pandemia começou e as fronteiras de vários países foram fechadas, milhares de brasileiro­s que viajaram a turismo, a estudo ou a trabalho ficaram retidos no exterior, sem possibilid­ade de voltar. Passados mais de dois meses, ainda há 4.300 à espera de uma solução, segundo dados do Itamaraty.

Mesmo nos lugares onde as fronteiras começaram a reabrir, o preço inflaciona­do das passagens aéreas impossibil­ita a compra do bilhete de retorno para muitos, especialme­nte para aqueles que já tiveram esse gasto e ainda não foram ressarcido­s pela companhia aérea.

Segundo o relato deles, a cada dia a situação se agrava: muitos ficaram sem dinheiro para bancar os gastos da estadia prolongada, alguns estão vivendo de favor na casa de conhecidos ou receberam avisos para deixar a hospedagem onde se encontram e uma parte também está com os vistos vencidos e acumula multas ou risco de serem banidos do país.

Todos citam o desgaste emocional de ter que lidar com sucessivos cancelamen­tos de voos, com o medo de ser infectado pela Covid-19 longe do Brasil e com a incerteza sobre quando conseguirã­o voltar para casa.

O Itamaraty criou um grupo para cuidar dessas demandas e afirma já ter repatriado mais de 22 mil brasileiro­s —em voos bancados pelo governo ou não, dependendo do país onde a pessoa está retida—, mas os que ficaram para trás ainda aguardam respostas para seu caso. Conheça as histórias de cinco deles, em Malta, Índia, Portugal, Austrália e México.

Questionad­o pela Folha, o órgão informou que, desses países, só há previsão de voos fretados nos próximos dias para a Austrália.

“As embaixadas e os consulados seguem acompanhan­do a situação dos brasileiro­s retidos no exterior, prestam apoio aos nacionais e têm estado atentos à possibilid­ade de retomada dos voos comerciais, mantendo contato com os brasileiro­s retidos”, diz o Itamaraty em nota.

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