Folha de S.Paulo

Na Índia, governo cancelou vistos, e voo de volta pode custar R$ 20 mil

- Gabriel Catarino Engenheiro de produção

Eu e um amigo brasileiro chegamos à Índia no dia 8 de março para fazer um curso de meditação. O curso era em silêncio, ficamos completame­nte sem acesso à internet e ao mundo lá fora.

Quando terminou, no dia 24, foi todo mundo surpreendi­do pela notícia do “lockdown”. Desde então, estamos morando de favor no centro de meditação, pois os hotéis pararam de aceitar turistas. Para comer, dependemos completame­nte dessas pessoas, que estenderam a mão para nós.

Estamos numa cidade pequena chamada Balaghat. O “lockdown” na Índia é muito rígido, e o policiamen­to é bem rude, autoritári­o. Outros brasileiro­s que tiveram que se deslocar até a capital tiveram que passar por bloqueios, pagar propina.

Não fomos selecionad­os para o voo de repatriaçã­o que teve aqui e não me deram uma explicação do motivo. Cada dia aqui fica mais difícil, e os recursos ficam mais escassos.

Estão falando que o “lockdown” pode ser estendido até setembro, então isso ainda pode durar muito. Além disso, o governo indiano cancelou todos os vistos neste período. Temos que requisitar uma permissão de saída, mas ainda não tive resposta.

“O “lockdown” na Índia é muito rígido, e o policiamen­to é bem rude, autoritári­o. Outros brasileiro­s que tiveram que se deslocar até a capital tiveram que passar por bloqueios, pagar propina

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