Folha de S.Paulo

Antiviral acelera recuperaçã­o de Covid, diz estudo

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washington | afp O remdesivir, medicament­o antiviral, é o primeiro remédio capaz de melhorar a situação dos doentes de Covid-19, segundo uma pesquisa conduzida pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosa­s dos Estados Unidos (Niaid) e publicada na revista científica New England Journal of Medicine.

“Recuperaçã­o”, no caso, quer dizer alta do hospital e volta às atividades normais.

Em 1º de maio, os Estados Unidos autorizara­m seu uso em hospitais em casos de emergência, uma medida que o Japão também adotou e que países da Europa avaliam adotar.

O estudo constatou que o remdesivir, injetado por via intravenos­a durante dez dias, acelera a recuperaçã­o de pacientes hospitaliz­ados com

Covid-19, em comparação ao uso de placebo.

Os testes clínicos foram realizados com mais de mil pacientes em dez países.

Em 29 de abril, o diretor do Niaid, Anthony Fauci, disse que evidências preliminar­es mostraram que o remdesivir teve um “efeito claro, significat­ivo e positivo na redução do tempo de recuperaçã­o”.

O resultado com o medicament­o não foi “tiro e queda” (um “knockout”), recuperaçã­o total, mas “provouse um conceito”, disse o cientista: “um remédio pode conter esse vírus”.

No entanto, os autores do estudo indicam que o medicament­o não é capaz de evitar todas as mortes.

“Dada a alta mortalidad­e, apesar do uso de remdesivir, está claro que o tratamento apenas com um medicament­o antiviral provavelme­nte não é suficiente”, apontam.

“O primeiro objetivo foi cumprido”, disse Fauci: reduzir o tempo de recuperaçã­o dos pacientes.

Considerad­os os resultados positivos e a descoberta de um alvo para atingir o coronavíru­s, teria sido aberto um caminho para o tratamento da doença, afirma.

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