Folha de S.Paulo

Bolsa retorna ao patamar pré-Covid, e dólar despenca

Real registra seu melhor dia desde junho de 2018 com otimismo pela retomada da atividade econômica

- Júlia Moura Com Reuters

são paulo A Bolsa brasileira voltou aos 91 mil pontos nesta terça-feira (2) devido ao otimismo de investidor­es com a reabertura das economias globais após paralisaçõ­es nas atividades de modo a conter o avanço da Covid-19.

O Ibovespa, principal índice acionário do país, fechou em alta de 2,73%, a 91.046 pontos, maior patamar desde 10 de março, um dia antes de a OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) declarar que havia uma pandemia do coronavíru­s.

O apetite por risco também se refletiu no dólar, que despencou 3,22%, a R$ 5,2130, menor valor desde 14 de abril — antes de Luiz Henrique Mandetta (ex-ministro da Saúde) e Sergio Moro (ex-ministro da Justiça) deixarem o governo de Jair Bolsonaro. O dólar turismo está a R$ 5,51.

Essa é a mais forte desvaloriz­ação percentual diária desde 8 de junho de 2018, quando o dólar desabou 5,5%, após o Banco Central informar que intensific­aria sua atuação para conter a alta da moeda.

“A queda da Bolsa em março criou várias oportunida­des de compra, com empresas mais baratas que seu patrimônio. Agora, com a flexibiliz­ação da quarentena, vemos a volta de algumas atividades do comércio, materializ­ando a retomada. Mas é uma expectativ­a de melhora da economia e não, necessaria­mente, algo que já tenha ocorrido”, diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimen­tos.

Apesar da onda de protestos nos Estados Unidos e no Brasil, investidor­es repercutem a reabertura de Europa e EUA, ao passo que o número de novos casos da doença desacelera nessas regiões.

Também contribui para o viés positivo o novo pacote de estímulo que está sendo desenhado pelo governo alemão, de cerca de 100 bilhões de euros, e a compra, segundo a Bloomberg, de soja americana por chineses.

Na segunda (1º), agência de notícias Reuters afirmou que a China havia pedido a suas empresas estatais que suspendess­em compras de soja e carne suína dos EUA, após o governo americano ter afirmado que iria eliminar o tratamento especial dos EUA a Hong Kong como forma de punição a Pequim, quem planeja impor uma nova legislação de segurança no território.

Na Europa, a Bolsa de Londres subiu 0,8%, Paris, 2% e Frankfurt, 3,75% nesta sessão. Nos EUA, Dow Jones subiu 1%, S&P 500, 0,7% e Nasdaq, 0,6%. O petróleo também registrou alta, com expectativ­as de que grandes produtores concordem nesta semana em estender cortes na oferta.

O barril de Brent (referência internacio­nal) fechou em alta de 3,3%, a US$ 39,57, enquanto o WTI (referência nos EUA) avançou 3,9%, para US$ 36,81. Ambos os valores de referência se aproximara­m de máximas de três semanas.

A Opep+ (Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo e aliados, entre eles a

Rússia) considera prorrogar os atuais cortes de produção, de 9,7 milhões de barris por dia (bpd), para julho e agosto.Pelo plano em vigor atualmente, esse nível de cortes perduraria por maio e junho, passando para uma redução de 7,7 milhões de bpd entre julho e dezembro.

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