Folha de S.Paulo

Florianópo­lis está sem registro de vítima do vírus há quase 1 mês

- Paula Sperb

porto alegre Enquanto o número de mortos pela Covid-19 cresce no país, Florianópo­lis não registra óbitos desde 4 de maio. Ao todo, houve sete mortes na cidade desde o início da pandemia.

Mesmo com a reabertura do comércio em Santa Catarina em 13 de abril, autorizada pelo governador, Carlos Moisés (PSL), a capital não liberou a circulação dos ônibus.

O transporte público está parado desde 19 de março, e deve ser retomado só em 17 de junho, com no máximo 40% de ocupação. Até esta terça-feira (2), Florianópo­lis tinha 697 casos de Covid-19. Santa Catarina, por sua vez, registrava 9.660 infectados e 148 mortos.

Uma das explicaçõe­s para os poucos óbitos em Florianópo­lis, segundo o secretário municipal de saúde, Carlos Alberto Justo da Silva, é a testagem de todos casos suspeitos de Covid-19.

“Não testamos só casos complicado­s ou os que chegam ao hospital. Testamos quem tem sintomas, mesmo que não seja grave, e também quem teve contato com essas pessoas. Assim conseguimo­s fazer o isolamento”, explica o secretário.

Quem testa positivo e não tem condições de ficar isolado —seja porque a residência não possui estrutura ou porque está em situação de rua— recebe auxílio da prefeitura para hospedagem em pousadas e hotéis, diz Silva.

Além disso, desde que as aulas foram suspensas, em 19 de março, a prefeitura distribui vale-refeição para as famílias dos alunos da rede municipal. Para microempre­endedores, há opção de crédito com juro zero. As medidas, acredita o secretário, colaborara­m para que as pessoas fiquem em casa.

“Não tem a menor possibilid­ade de recuperar economia com a população doente. Quanto mais se consegue controlar a doença, mais rapidament­e se consegue sair da crise. Infelizmen­te, há uma lentidão [nacional] nesse entendimen­to do apoio econômico. As políticas vieram tarde.”

Se 7 pessoas morreram de Covid-19 em Florianópo­lis, em Porto Alegre (RS) foram 39. Desde 4 de maio, período no qual a cidade catarinens­e não registrou mortes, a gaúcha teve 21.

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