Folha de S.Paulo

Luciano Hang, dono da Havan, teve auxílio emergencia­l aprovado pela Caixa

- Ivan Martínez-Vargas

são paulo Luciano Hang, dono da rede de lojas de departamen­to Havan, foi cadastrado e aprovado no programa de auxílio emergencia­l concedido pelo governo federal em razão da pandemia do novo coronavíru­s.

O caso veio à tona nesta terça-feira (2) depois de o empresário ter seus dados vazados por supostos hackers.

Hang nega ter solicitado o auxílio, que prevê pagamento de R$ 600 por três meses para os beneficiár­ios. O empresário, notório apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirma ter pedido à Polícia Federal uma investigaç­ão sobre a fraude e o vazamento de seus dados pessoais.

O caso foi revelado pelo site O Antagonist­a.

“Como todo brasileiro de bem me sinto lesado com esses atos criminosos, que têm por objetivo apenas prejudicar as vítimas e suas famílias.

Os autores devem ser exemplarme­nte condenados e punidos”, diz Hang em nota.

O dono da Havan afirma que recebeu nesta terça “informaçõe­s de que hackers estão solicitand­o pedido de auxílio emergencia­l” usando seu CPF e diz que já reportou o crime de fraude à PF.

No site da Caixa, o status do suposto pedido de Hang aparecia, no começo da noite desta terça, como “em avaliação” —mas havia também informação de que o auxílio havia sido “aprovado e enviado para crédito”.

A Controlado­ria-Geral da União informou no último dia 26 de maio que divulgaria em até 15 dias a lista com os cerca de 53 milhões de cadastrado­s que receberão o auxílio emergencia­l por causa da pandemia de coronavíru­s.

Hang aparece como o sétimo homem mais rico do país na última lista de bilionário­s elaborada pela revista Forbes. O empresário teria um patrimônio de US$ 3,6 bilhões

“Como todo brasileiro de bem me sinto lesado com esses atos criminosos, que têm por objetivo apenas prejudicar as vítimas e suas famílias Luciano Hang em nota

(equivalent­e a R$ 18,72 bilhões no câmbio atual), de acordo com a publicação.

A Folha questionou a Caixa Econoômica Federal e a Dataprev (órgão responsáve­l pelo cruzamento de dados que deveria evitar fraudes) sobre o caso do empresário, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição.

Pelas regras atuais estabeleci­das, podem solicitar o auxílio emergencia­l à Caixa os desemprega­dos maiores de 18 anos que não recebam outros benefícios previdenci­ários ou assistenci­ais, seguro-desemprego ou de outro programa de transferên­cia de renda federal que não seja o Bolsa Família.

A renda familiar mensal do solicitant­e precisa ser de até R$ 522,50 por pessoa ou de até três salários mínimos (R$ 3.135,00) ao todo.

Além disso, existe a exigência de que o solicitant­e não tenha recebido rendimento­s tributávei­s acima de R$ 28.559,70 em 2018.

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