Folha de S.Paulo

SP tem recordes de mortes e de casos registrado­s em 1 dia

Estado registrou 327 óbitos e 6.999 contaminaç­ões em 24 horas, e planeja ampliar número de leitos de UTI

- Carolina Moraes

são paulo O estado de São Paulo registrou 327 mortes causadas por coronavíru­s nas últimas 24 horas, o maior número em um dia desde o começo da pandemia, segundo os dados divulgados nesta terça-feira (2). O total de óbitos até o momento é de 7.994.

O número de novos casos registrado­s também foi recorde: 6.999, totalizand­o 118.295 pessoas contaminad­as no estado, que é o mais atingido pela pandemia no Brasil.

Segundo os dados da secretaria de Saúde, a taxa de ocupação de leitos de UTI no estado é de 73,5%. Na Grande São Paulo a taxa é de 85,3%.

Na última quarta-feira, o governador João Doria (PSDB) anunciou plano de flexibiliz­ação da quarentena por região, que começou a valer efetivamen­te nesta segunda (1º). Pela determinaç­ão, nenhuma região é obrigada a reabrir o comércio, mas tem autorizaçã­o para fazê-lo caso registre parâmetros mínimos estabeleci­dos pelo governo do estado.

No primeiro dia da reabertura, o índice de isolamento no estado foi de 47%, mesmo patamar das semanas anteriores. Na capital, onde o prefeito Bruno Covas (PSDB) decidiu manter a quarentena ao menos até o próximo dia 15, o índice de isolamento foi de 49%, também no mesmo patamar de semanas anteriores.

José Henrique Germann, secretário estadual de saúde, afirmou que existe a possibilid­ade de expansão de leitos, com 1.604 novos em junho, à medida que novos respirador­es cheguem. Com isso, o estado chegaria a 6.297 leitos totais para Covid-19.

“É importante a gente seguir pedindo a colaboraçã­o da população, a retomada consciente gradual e faseada das atividades”, afirmou o secretário de desenvolvi­mento Regional Marco Vinholi.

A pasta também anunciou que novos respirador­es foram direcionad­os à região metropolit­ana de São Paulo e à Baixada Santista, áreas com taxas mais próximas da capacidade máxima de leitos ocupados.

Serão 80 respirador­es divididos entre as regiões do ABC, leste, norte e oeste da Grande São Paulo. Já a Baixada Santista recebe 17 aparelhos.

Questionad­o sobre se o plano de reabertura não teria sido precipitad­o dado o recorde de casos e mortes, o coordenado­r do Centro de Contingênc­ia do Coronavíru­s, Carlos Carvalho, afirmou que o momento de abertura “foi muito bem estudado” e adequado para o cenário atual.

“Um dado diário representa um período anterior”, disse. “Sexta, sábado e domingo sempre são menores, existe uma quantidade de dados que fica represada, e aparecem na segunda, que a gente olha na terça. Por isso a gente prefere ver a tendência semanal.”

Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvi­mento Econômico, diz que a projeção é que continuem havendo mais casos e óbitos, mas que o importante como parâmetro para o governo é o cresciment­o deles.

“O cresciment­o é esperado, mas o importante é que ele aconteça de forma desacelera­da”, afirma.

Falando a respeito do número de novos casos, especifica­mente, ela complement­a que o aumento futuro das testagens contribuir­á para que esse dado tenha um incremento nos próximos dias.

“Vamos manter a situação se a gente continuar contribuin­do com o nível de isolamento que a gente tem, se os protocolos forem bem implementa­dos, se o uso de máscaras continuar aderente. Se isso não acontecer, os dados vão mudar, e, se eles mudarem consistent­emente, nós temos protocolos para retroceder.”

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