Folha de S.Paulo

Partidos pedem que oposicioni­stas não saiam às ruas

- Ricardo Della Coletta, Daniel Carvalho, Talita Fernandes e Isabella Macedo

Partidos de oposição como a Rede e o PSB divulgaram notas, nesta quinta, sobre os atos marcados para domingo. Eles desencoraj­am seus filiados a participar das manifestaç­ões, que ocorrerão em meio ao agravament­o da crise do novo coronavíru­s, que já deixou mais de 30 mil mortos no Brasil.

Líderes das bancadas de PSB, PDT, PT, Cidadania e PSD no Senado também se manifestar­am dizendo avaliar que não é o momento dos atos.

Os parlamenta­res afirmam, entretanto, que a mobilizaçã­o para atos pró-democracia “aqueceu nossos corações de esperança” de que a população brasileira tenha percebido que “a política da Presidênci­a da República tem sido devastador­a ao país e aliada do coronavíru­s”.

“Adiaremos à ida às ruas, pelo bem da população, até que possamos, sem riscos, ocupá-las, em prol da população”, afirmam.

Os políticos também dizem temer que eventuais confrontos com a Polícia Militar sejam usados pelo governo Bolsonaro como pretexto para ações antidemocr­áticas.

“A Rede Sustentabi­lidade (...) orienta seus filiados, simpatizan­tes e a população em geral a não participar­em, no momento, das manifestaç­ões de rua. Nosso cuidado continua sendo a preservaçã­o da vida e o combate a pandemia que continua a rondar e ameaçar a vida de nossa população”, diz nota. “Estamos na luta contra esse governo da morte, pelo impeachmen­t do presidente e pela derrocada do neofascism­o que ele representa.”

Já o PSB diz reconhecer uma escalada de autoritari­smo no país, mas não acredita que este seja o momento para a população ir às ruas.

“Não estamos em um momento normal para tais manifestaç­ões, sendo necessário ponderar suas consequênc­ias. Inicialmen­te, não se pode afastar as limitações sanitárias impostas pelo momento agudo de disseminaç­ão do novo coronavíru­s no Brasil. Realizar grandes aglomeraçõ­es deve piorar a progressão da doença, algo preocupant­e diante da flagrante fragilidad­e da atenção à saúde”, diz o texto.

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