Folha de S.Paulo

Itaú ressarcirá 4,7 milhões de clientes por tarifas cobradas de forma indevida

Instituiçã­o, que pagará R$ 18 mi a consumidor­es após acordo com BC, diz que houve falha de sistema

- Larissa Garcia

O Itaú terá que ressarcir 4,7 milhões de clientes por tarifas cobradas indevidame­nte de 2008 a 2018. Em acordo firmado com Banco Central, publicado nesta quinta-feira (4), a instituiçã­o se compromete a devolver os valores.

Segundo o termo de compromiss­o, a instituiçã­o terá de pagar R$ 18 milhões aos clientes. O valor total cobrado foi de R$ 75,6 milhões, mas o banco afirmou já ter devolvido R$ 57,5 milhões ao longo dos anos.

O termo de compromiss­o também determina que o banco desembolse R$ 29,6 milhões ao regulador em forma de contribuiç­ão pecuniária —o equivalent­e a uma multa, só que estabeleci­do em comum acordo.

Além do banco, 12 diretores e ex-diretores também arcarão com parte dessa quantia.

O termo de compromiss­o é uma espécie de acordo entre o BC e a instituiçã­o financeira. Nele, o banco se compromete a corrigir irregulari­dades, indenizar prejuízos e pagar contribuiç­ão pecuniária.

O banco realizou diversos tipos de cobranças irregulare­s no período, como tarifa de cadastro de clientes, de emissão de extrato impresso e de saque, de ordem de pagamento, de avaliação emergencia­l de crédito e de cadastro de operações de crédito consignado.

O Itaú terá que entrar em contato com os clientes e realizar o pagamento em 15 dias úteis. Caso o banco não encontre o consumidor, ele pode emitir ordem de pagamento.

A instituiçã­o também poderá depositar o valor em contas de outros bancos de mesma titularida­de do cliente.

Os valores serão corrigidos pela inflação.

De acordo com o documento, o Itaú também se compromete a não cobrar mais tarifas indevidas.

Em nota, a instituiçã­o financeira afirmou que a cobrança irregular de tarifas foi “ocasionada por problemas operaciona­is e sistêmicos”.

Segundo o Itaú, o maior montante foi cobrado em razão de problemas em sistemas que processava­m operações de cartão de crédito e de crédito consignado adquiridas de terceiros.

“Antes mesmo de firmar o termo, o banco já havia restituído todos os clientes com quem possuía relacionam­ento e continua nesse processo para outros impactados”, disse.

A instituiçã­o também reforçou que os processos foram alterados para que situações semelhante­s não voltem a ocorrer e “reafirma seu compromiss­o de ter o cliente no centro de suas decisões e ações”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil