Folha de S.Paulo

Saiba como escolher o vinho ideal com dica de Manoel Beato

Sommelier do grupo Fasano fala das principais uvas e dá dicas de rótulos por até R$ 60

- Laura Lewer

SÃO PAULO Queridinho­sdos momentos românticos, os vinhos ganham protagonis­mo no jantar do Dia dos Namorados. Todo mundo preza por um bom rótulo em uma data especial, mas como fazer a escolha certa entre as milhares de opções dos diferentes cantos do mundo?

Para ajudar o leitor nesta missão, Manoel Beato, sommelier do grupo Fasano, comenta os cinco tipos de uva mais encontrado­s no mercado e dá, ao lado da sommelière Juliana Carani, dez sugestões de bons vinhos por até R$ 60.

A ideia, em suma, é descomplic­ar o brinde —seja ele físico ou virtual.

CABERNET SAUVIGNON

“Entre os tintos, a Cabernet Sauvignon reina em quase todo o mundo. De fácil adaptação e versátil, produz dos estilos mais leves aos mais encorpados e longevos. Sem perder a tipicidade, traduzida pela firmeza de seus taninos e pelos aromas (grafite, vegetais, frutado intenso e madeira de bosque), mostra uma roupagem diferente em cada país.

É ela quem produz os melhores tintos americanos, assim como chilenos, porém, seu berço esplêndido é a região de Bordeaux, sudoeste da França.”

MERLOT

“Se a Cabernet Sauvignon produz vinhos potentes e incisivos, no que diz respeito ao corpo, a Merlot é exatamente o seu contrapont­o. É a uva da suavidade.

O nome vem de Merle (melro, em português), pássaro canoro, que canta com um timbre macio. Não por acaso, uma das mais belas melodias dos Beatles tem como título ‘Blackbird’ (melro). Os tintos são relativame­nte redondos desde a juventude e se tornam ainda mais afetuosos em relação à textura. Até mesmo os aromas são afáveis, com suas frutas bem maduras, às vezes chocolate e toques vegetais”.

PINOT NOIR

“Sempre que se pensa na Pinot Noir, nossas sensações se soltam por conta do poder, da magia com que ela se mostra, a um só tempo branda e refrescant­e, sutil e vibrante, nos leva para as palavras delicadeza e elegância.

Muitos afirmam que os tintos desta uva são leves. Muitos, sim, mas nem todos.

Eles escondem a força na delicadeza. Os vinhos são rubi na cor e fragrante nos aromas de frutas frescas ou maduras, flores, o cheiro de bosque, alcaçuz, entre outros.”

MALBEC

“Nasceu na França, mas foi na Argentina que se tornou emblemátic­a. Esse país produz tintos dos mais admirados, com muita concentraç­ão de cor, aromas e sabores, densos e aveludados. Desde jovens são maduros e já prazerosos, mas alguns mais robustos podem envelhecer bem por duas décadas. Tem aromas de frutas pretas, tabaco e flores fortes, entre outros.”

CHARDONNAY

“Não é a mais plantada, mas sem dúvida é a mais consumida quando se traduz em vinhos brancos. Sua ressonânci­a vem do fato de produzir os melhores brancos do mundo, na região da Borgonha, na França, seu berço.

Versátil como a Cabernet Sauvignon, produz de leves a encorpados, de bem secos e vivazes a redondos e untuosos. Tem aromas de frutas brancas, como abacaxi e manga, manteiga, avelã e outros.”

PARA FICAR DE OLHO

“No universo do vinho, inúmeras uvas também compõem a orquestra das delícias, como Syrah, Nebbiolo, Cabernet Franc, Tempranill­o, Grenache, Sangiovese, Touriga Nacional, Baga, Carmenère, Gamay e Carignan, no caso dos tintos, e Riesling, Sauvignon Blanc, Chenin Blanc, Moscatel, Pinot Grigio, Viognier, Torrontés e Alvarinho, entre os brancos.”

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Gabriel Cabral/Folhapress
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Divulgação O sommelier Manoel Beato, do grupo Fasano

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