Folha de S.Paulo

A necessária vacina

Pesquisado­res brasileiro­s participam de estudo da Universida­de de Oxford

- Julio Abramczyk Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPq)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a inclusão do Brasil nos estudos da vacina contra a Covid-19, desenvolvi­da na Universida­de de Oxford, Reino Unido.

Esta vacina é a esperança para o controle da pandemia provocada pelo novo coronaviru­s, que tem como caracterís­tica grande facilidade de disseminaç­ão, difícil controle e tratamento inexistent­e.

Agora a fase 3 de testes será desenvolvi­da sob a coordenaçã­o de médicos da Universida­de

Federal de São Paulo para determinar a segurança, eficácia e imunogenic­idade da vacina. As duas primeiras fases foram realizadas na Inglaterra.

Segundo Sara Gilbert, da equipe do Oxford Vaccine Centre da Universida­de de Oxford, nesta vacina é empregada a plataforma ChAdOx1, baseada em um adenovírus que causa infecções leves no trato respiratór­io superior (resfriado comum).

Gilbert acrescenta que alguns genes do adenovírus são removidos, tornando-o seguro até para pessoas com um sistema imunológic­o fraco. Mas como ele ainda é um vírus vivo, induz forte resposta imune. Em seguida, é adicionado um gene para codificar uma das proteínas do patógeno contra o qual se quer vacinar usando a proteína que cobre a superfície do coronaviru­s.

Se a vacina for considerad­a segura e eficaz, conclui a professora, vários laboratóri­os poderão ser contratado­s para produzir grandes quantidade­s da vacina para oferecê-las a preços acessíveis ao mundo todo para evitar mais uma pandemia.

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