Folha de S.Paulo

Bolsonaro sugere PM e Força Nacional em manifestaç­ões

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br

O presidente Jair Bolsonaro pediu ontem ajuda das polícias militares nos estados e disse que vai usar forças de segurança federais contra manifestan­tes que, amanhã, extrapolar­em os “limites da lei” em protestos programado­s contra ele.

Contrarian­do determinaç­ão do governo paulista, grupos a favor e contra o presidente mantiveram convocaçõe­s para a avenida Paulista. Com a pandemia, partidos haviam pedido para que os atos fossem adiados.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), classifico­u como uma total irresponsa­bilidade a decisão de organizado­res de manter as manifestaç­ões contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro no domingo (7). “Democracia deve ser responsáve­l, não irresponsá­vel”, disse o tucano ao Painel. “O direito à manifestaç­ão é constituci­onal, mas fazer manifestaç­ões de grupos antagônico­s no mesmo dia, horário e local é irracional”, afirmou. Atos na semana passada acabaram em confronto com a PM.

fracasso

Mesmo com pedidos da PM, os grupos decidiram manter os atos. Foram feitas duas reuniões para tentativa de acordo, mas não deu certo, por falta de consenso. Os protestos ocorrem em meio à pandemia do coronavíru­s. Mais de 34 mil pessoas já morreram no Brasil por causa da doença.

sem ajuda

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que não pedirá ajuda da Força Nacional para atuar na capital neste fim de semana, quando grupos pró-Bolsonaro e críticos do presidente também avisaram que vão às ruas.

deixa comigo

Ibaneis afirmou que as forças de segurança locais são suficiente­s para controlar os protestos. “Espero que não haja excessos, mas qualquer manifestaç­ão pacífica poderá ser feita”, afirmou.

rt

Na quinta (4), Doria compartilh­ou com amigos e colegas o vídeo feito pelo movimento Somos 70%. Na peça de divulgação, o criador do grupo, o economista Eduardo Moreira, chama Bolsonaro de ditador. Na última quarta (3), o governador paulista disse à Folha que não assina manifestos por ser autoridade, mas que eles têm sua solidaried­ade irrestrita.

responsáve­is

Boletim de ocorrência feito nesta quinta-feira (4) pela Polícia Civil e obtido pelo Painel registrou a invasão do hospital de campanha do Anhembi por deputados estaduais de São Paulo como infração de medida sanitária preventiva, artigo 268 do Código Penal.

xadrez

A legislação prevê detenção de um mês a um ano e multa. Segundo o documento do registro, os deputados Adriana Borgo (Pros), Marcio Nakashima (PDT), Leticia Aguiar (PSL), Coronel Telhada (PP) e Sargento Neri (Avante), por volta das 14h da quinta “comparecer­am ao local visando fiscalizar os trabalhos realizados”.

devolução

Os estados do Nordeste acionaram o STF (Supremo Tribunal Federal) para que o governo Jair Bolsonaro suspenda o corte de R$ 83,9 milhões do programa Bolsa Família. O governo retirou essa verba do programa para utilizá-la na expansão da publicidad­e oficial.

esclarecim­entos

Assinado por Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, o documento pede que o governo federal justifique a concentraç­ão de cortes no programa na região Nordeste.

ordens

Após o presidente Jair Bolsonaro distorcer uma nota técnica sobre acesso à saúde sexual e reprodutiv­a pelas mulheres durante a pandemia emitida pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde na segunda-feira (1°), o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, exonerou dois dos servidores que assinaram o material.

oficial

Danilo Campos da Luz, coordenado­r de Saúde do Homem, e Flávia Andrade Fialho, coordenado­ra de Saúde das Mulheres, ambos da Coordenaçã­o-geral de Ciclos da Vida da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, tiveram suas exoneraçõe­s publicadas no Diário Oficial nesta sexta-feira (5).

procura-se

Em suas redes sociais, Bolsonaro escreveu na quarta-feira (3) que estava “buscando a autoria” da portaria “sobre aborto que circulou hoje pela internet”. “O MS [Ministério da Saúde] segue fielmente a legislação brasileira, bem como não apoia qualquer proposta que vise a legalizaçã­o do aborto, caso que está afeto ao Congresso”, escreveu o presidente.

antes tarde

A Prefeitura de São Paulo começou a quitar nesta sexta-feira (5) os pagamentos atrasados com fornecedor­es de marmitas do programa Rede Cozinha Cidadã. O Painel revelou no mesmo dia que quase 70 empresas estavam sem receber.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil