Folha de S.Paulo

Dedicou-se à defesa dos aposentado­s e pensionist­as

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

ANTONIO GALDINO (1932-2020)

são paulo Aposentado­s e pensionist­as do país perderam um fiel escudeiro. Antonio Galdino foi uma das pessoas mais importante­s na luta pelos direitos da categoria.

Ele morreu no dia 2 de junho, aos 88 anos, por complicaçõ­es de um câncer.

Nascido em Espírito Santo do Pinhal (a 189 km de São Paulo), Antonio Galdino foi vereador em Jundiaí por três mandatos: de 1960 a 1963 pelo PSB, de 1997 a 2000 e de 2001 a 2004, ambos pelo PT.

Entre suas principais atuações, nos anos 1950, foi dirigente do Sindicato dos Têxteis. Também por três vezes, presidiu a Associação dos Aposentado­s e Pensionist­as de Jundiaí e Região.

Fé Juncal, atual presidente da entidade, o considera um divisor de águas. “O Galdino foi uma liderança gigante sob todos os aspectos. A gente falava que ele tinha mil antenas, porque dominava todos os assuntos com sabedoria. Graças a ele, a associação foi uma das primeiras a ganhar processos contra a Previdênci­a, entre a década de 1990 e o ano de 2005”, diz Juncal.

Em sua trajetória, ainda estão a presidênci­a da Fapesp (Federação dos Aposentado­s e Pensionist­as do Estado de São Paulo) e a secretaria-geral da Cobap (Confederaç­ão Brasileira dos Aposentado­s e Pensionist­as).

Em 1989, recebeu o título de Cidadão Jundiaiens­e.

Na década de 1990, destacou-se pelos movimentos em defesa da Previdênci­a Social pública, lutando contra a sua privatizaç­ão. “Ele dizia que a Previdênci­a tinha que ser de todos. Foi um dos precursore­s pela conquista dos 147% [de reajuste para aposentado­s], em 1991”, conta Fé Juncal.

Em 1994, foi candidato a vice de José Dirceu, que tentava o cargo de governador do estado pelo PT.

Ético, exigente e centrado, Galdino era considerad­o um exemplo de político honesto e conquistou o respeito da oposição. O prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado (PSDB) declarou luto oficial por três dias pela sua morte.

“O Galdino ensinou o respeito aos mais velhos e aos aposentado­s”, afirma Fé Juncal. Antonio Galdino deixa a esposa, dois filhos e netos.

CELSO REPULLO MORENTE

Aos 65, casado com Zezelia Rodrigues Morente. Sexta (5/6). Cemitério Jardim do Pêssego

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