Folha de S.Paulo

Montadoras adotam desinfecçã­o hospitalar para reabrir suas lojas

Carros passam por limpeza com nuvem de ozônio que elimina vírus e bactérias

- Eduardo Sodré

Não basta reabrir as concession­árias, é preciso criar ambientes à prova de vírus e bactérias, que estimulem consumidor­es a sair de casa para comprar um carro novo ou levar o atual à oficina.

Esse é trabalho desenvolvi­do por revendedor­es e montadoras após quase três meses de portas fechadas e queda de 75% nas vendas. Nesta sexta (5), concession­árias foram autorizada­s a reabrir em São Paulo com restrições.

Agora, estratégia­s comerciais do passado dão lugar a uma competição pelo espaço mais limpo e atraente. A higienizaç­ão, que vai muito além de água e sabão, começa nos carros e passa para as lojas.

Segundo Ricardo Takahashi, diretor da Brazzo, fabricante de produtos para limpeza de veículos, o serviço completo de higienizaç­ão de um automóvel leva de 40 a 60 minutos. Pode ser necessário desmontar algumas partes do veículo —por exemplo, retirar revestimen­tos plásticos para acessar o filtro e a caixa evaporador­a do ar-condiciona­do.

O serviço considerad­o mais eficiente utiliza um equipament­o eletrônico que cria uma nuvem de ozônio na cabine, capaz de eliminar vírus, fungos e bactérias.

Essa limpeza, chamada oxisanitiz­ação, já era oferecida antes da pandemia em concession­árias e lojas especializ­adas, sendo indicada em caso de mau cheiro na cabine.

O procedimen­to foi adotado pela rede da Hyundai Motor Brasil. O serviço, que já é feito nos carros em exibição, está sendo oferecido aos clientes por R$ 99 até 31 de julho. O preço normal para o modelo compacto HB20 é R$ 270.

Luiz Estrozi, diretor-adjunto de pós-venda da montadora, diz que os proprietár­ios que têm levado seus carros para a revisão só querem saber o que é feito para higienizar o veículo, nem perguntam pelo que é realizado na manutenção.

O programa chamado Hyundai Protege inclui ainda a sanitizaçã­o das baias de atendiment­o nas lojas. Estrozi diz que os clientes precisam agendar a visita para que a área seja preparada para recebê-los.

A Volkswagen também oferece oxi-sanitizaçã­o na rede concession­ária e dá instruções para que os donos possam manter seus veículos higienizad­os em casa.

A marca recomenda o uso de sabão incolor próprio para as partes plásticas do veículo e descarta a limpeza com álcool, que pode causar manchas e degradação do material.

A Ford investe em um programa mais profundo de desinfecçã­o dos carros e das lojas. Para isso, usa produtos químicos da 3M que são empregados nas UTIs hospitalar­es. O serviço é estendido aos veículos que a marca cedeu à Cruz Vermelha Brasileira durante o combate da pandemia.

Para que não houvesse prejuízo a acabamento­s do carro, o departamen­to de engenharia da marca teve que homologar os detergente­s usados.

O higienizad­or é aplicado em 50 pontos de contato na cabine. O procedimen­to está sendo oferecido para clientes da oficina e custa R$ 129.

Os carros expostos no showroom da Ford são higienizad­os cada vez que alguém entra na cabine. Todo o ambiente das lojas passa por limpeza constante —até as canetas usadas para assinar contratos são desinfetad­as e entregues em sacos plásticos.

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Fotos Divulgação Funcionári­o de concession­ária da Hyundai higieniza bancos de veículo, em loja de São Paulo
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Aparelho de oxi-sanitizaçã­o, em carro da Hyundai, em SP

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