Folha de S.Paulo

Algumas das medidas controvers­as do STF nos últimos anos

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Inquérito das fake news

Em março de 2019, o presidente do STF, Dias Toffoli, decidiu por conta própria instaurar um inquérito para apurar ofensas e ameaças contra ministros da corte. A medida se baseia em um artigo do regimento interno que trata da ocorrência de crimes nas dependênci­as do tribunal. Ele indicou o ministro Alexandre de Moraes para relatar o caso.

Desde então, o inquérito já serviu, por exemplo, para censurar a revista online Crusoé, para determinar buscas contra o exprocurad­or-geral Rodrigo Janot, que havia dito que planejou matar um ministro da corte, e, no fim de maio, contra empresário­s, blogueiros e outros aliados do presidente Jair Bolsonaro

Decisões individuai­s sobre o Executivo

Desde 2016, medidas individuai­s da corte impediram a posse do expresiden­te Lula na Casa Civil, da então deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) no ministério de Michel Temer e, mais recentemen­te, de Alexandre Ramagem na direção da Polícia Federal.

No caso do petista, o argumento era de desvio de finalidade. As decisões despertara­m debate sobre os limites da atuação do Judiciário sobre o Executivo

Causas ‘seguradas’

O poder dos ministros em obstruir discussões também tem sido questionad­o. Em 2014, o ministro Luiz Fux autorizou de maneira liminar o pagamento de auxíliomor­adia no Judiciário e por anos não liberou a causa para julgamento — só revogou suas decisões depois de o governo federal aceitar conceder reajuste salarial à magistratu­ra.

Em 2015, houve mobilizaçã­o de entidades para que o ministro Gilmar Mendes liberasse voto sobre o financiame­nto de campanhas eleitorais por empresas, que ficou pendente por mais de um ano

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