Comércio reabre na capital e terá de fechar no interior
Ruas do centro ficam cheias; Doria relaxa regras na Grande SP e litoral, mas restringe em outras regiões do estado
No primeiro dia de reabertura do comércio em São Paulo, o movimento em lojas da região central da cidade, como na rua 25 de Março, lembrou os tempos de pré-pandemia. Sem respeitar as regras de distanciamento social, consumidores formavam filas em frente às vitrines antes mesmo de abrirem as portas —o funcionamento ocorreu das 11h às 15h.
O governo de João Doria (PSDB) anunciou que a Grande São Paulo, o litoral e o Vale do Ribeira avançaram na flexibilização e poderão abrir suas lojas.
Já as regiões de Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente retrocederam ao estágio mais restrito, que só permite atividades essenciais. Houve aumento de casos de Covid-19 nessas áreas.
Prefeitos desses municípios se dizem surpresos e pedem revisão da decisão.
O estado voltou a bater recorde de vítimas em 24 horas, com 340. O vírus só não atingiu 83 dos 645 municípios de São Paulo, ou 1% da população paulista.
são paulo O governo João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (10) que as cidades da Grande São Paulo, do litoral e do Vale do Ribeira avançaram na flexibilização e poderão abrir o comércio.
Por outro lado, as regiões de Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente passaram à zona mais restrita da quarentena, a vermelha, que autoriza apenas o funcionamento de atividades essenciais.
O governador Doria anunciou um novo período de quarentena no estado, da próxima segunda-feira (15) e até o dia 28 de junho (domingo).
As mudanças valem também a partir de segunda. “Devido ao feriado e à importância que tem no estado, reforço que a Baixada Santista faça a retomada somente na segunda”, disse Doria, durante anúncio no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi.
Segundo o governo, as regiões que regrediram de fase tiveram crescimento de internações e óbitos. O estado bateu novamente o recorde de óbitos em um dia, com 340. Ao todo, são 9.862 mortes.
A capital permanece na área laranja, na classificação de cinco fases do governo: vermelha, laranja, amarela, verde e azul. Na primeira, há restrição total, que vai desaparecendo gradualmente até chegar na fase azul, de abertura.
Outras regiões do interior que estavam na fase amarela regrediram para a laranja.
“Estamos com uma retração da epidemia na Baixada Santista e no Vale do Ribeira, onde número de casos confirmados, óbitos e internações diminuíram”, disse Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional. Na Região Metropolitana, segundo o secretário, a capacidade hospitalar aumentou em 40% em 15 dias, em todas as sub-regiões.
No interior, porém, a tendência é oposta. “Vamos precisar endurecer as medidas restritivas, como já era esperado”, afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen. “Houve um aumento da propagação do vírus, apesar da capacidade hospitalar estar sob controle em todo o estado”, completou.
Segundo o Plano São Paulo, fora as três regiões com declínio da epidemia, todo o interior do estado manteve ou piorou os indicadores avaliados pela gestão. As regiões de Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente estão na fase vermelha do Plano, que recomenda as medidas mais restritivas de isolamento.
Segundo Patrícia Ellen, a região de Ribeirão Preto teve aumento de 50% no número de internações por Covid-19 ou de casos suspeitos da doença em relação à semana anterior, e a variação no número de óbitos foi de 100%. Na região de Barretos, foram 93% a mais de internações, e 100% a mais de mortes. Já na região de Presidente Prudente, o aumento foi de 60% nas internações e de 50% nos óbitos.
João Doria negou que a necessidade de regredir na flexibilização da quarentena nessa regiões é resultado de um erro na avaliação inicial do governo. “Não houve erro algum. Seguimos os índices e orientação da ciência”, disse.
Ele afirmou que descumprimento das regras é minoritário no estado. “Todos os prefeitos que tomaram a liberalidade de abrir, tiveram que fechar por determinação do Ministério Público. Portanto, é melhor que não façam. Chega a ser vexatório”, disse.