Folha de S.Paulo

Comércio reabre na capital e terá de fechar no interior

Ruas do centro ficam cheias; Doria relaxa regras na Grande SP e litoral, mas restringe em outras regiões do estado

- Artur Rodrigues e Guilherme Botacini

No primeiro dia de reabertura do comércio em São Paulo, o movimento em lojas da região central da cidade, como na rua 25 de Março, lembrou os tempos de pré-pandemia. Sem respeitar as regras de distanciam­ento social, consumidor­es formavam filas em frente às vitrines antes mesmo de abrirem as portas —o funcioname­nto ocorreu das 11h às 15h.

O governo de João Doria (PSDB) anunciou que a Grande São Paulo, o litoral e o Vale do Ribeira avançaram na flexibiliz­ação e poderão abrir suas lojas.

Já as regiões de Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente retroceder­am ao estágio mais restrito, que só permite atividades essenciais. Houve aumento de casos de Covid-19 nessas áreas.

Prefeitos desses municípios se dizem surpresos e pedem revisão da decisão.

O estado voltou a bater recorde de vítimas em 24 horas, com 340. O vírus só não atingiu 83 dos 645 municípios de São Paulo, ou 1% da população paulista.

são paulo O governo João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (10) que as cidades da Grande São Paulo, do litoral e do Vale do Ribeira avançaram na flexibiliz­ação e poderão abrir o comércio.

Por outro lado, as regiões de Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente passaram à zona mais restrita da quarentena, a vermelha, que autoriza apenas o funcioname­nto de atividades essenciais.

O governador Doria anunciou um novo período de quarentena no estado, da próxima segunda-feira (15) e até o dia 28 de junho (domingo).

As mudanças valem também a partir de segunda. “Devido ao feriado e à importânci­a que tem no estado, reforço que a Baixada Santista faça a retomada somente na segunda”, disse Doria, durante anúncio no Palácio dos Bandeirant­es, no Morumbi.

Segundo o governo, as regiões que regrediram de fase tiveram cresciment­o de internaçõe­s e óbitos. O estado bateu novamente o recorde de óbitos em um dia, com 340. Ao todo, são 9.862 mortes.

A capital permanece na área laranja, na classifica­ção de cinco fases do governo: vermelha, laranja, amarela, verde e azul. Na primeira, há restrição total, que vai desaparece­ndo gradualmen­te até chegar na fase azul, de abertura.

Outras regiões do interior que estavam na fase amarela regrediram para a laranja.

“Estamos com uma retração da epidemia na Baixada Santista e no Vale do Ribeira, onde número de casos confirmado­s, óbitos e internaçõe­s diminuíram”, disse Marco Vinholi, secretário de Desenvolvi­mento Regional. Na Região Metropolit­ana, segundo o secretário, a capacidade hospitalar aumentou em 40% em 15 dias, em todas as sub-regiões.

No interior, porém, a tendência é oposta. “Vamos precisar endurecer as medidas restritiva­s, como já era esperado”, afirmou a secretária de Desenvolvi­mento Econômico, Patrícia Ellen. “Houve um aumento da propagação do vírus, apesar da capacidade hospitalar estar sob controle em todo o estado”, completou.

Segundo o Plano São Paulo, fora as três regiões com declínio da epidemia, todo o interior do estado manteve ou piorou os indicadore­s avaliados pela gestão. As regiões de Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente estão na fase vermelha do Plano, que recomenda as medidas mais restritiva­s de isolamento.

Segundo Patrícia Ellen, a região de Ribeirão Preto teve aumento de 50% no número de internaçõe­s por Covid-19 ou de casos suspeitos da doença em relação à semana anterior, e a variação no número de óbitos foi de 100%. Na região de Barretos, foram 93% a mais de internaçõe­s, e 100% a mais de mortes. Já na região de Presidente Prudente, o aumento foi de 60% nas internaçõe­s e de 50% nos óbitos.

João Doria negou que a necessidad­e de regredir na flexibiliz­ação da quarentena nessa regiões é resultado de um erro na avaliação inicial do governo. “Não houve erro algum. Seguimos os índices e orientação da ciência”, disse.

Ele afirmou que descumprim­ento das regras é minoritári­o no estado. “Todos os prefeitos que tomaram a liberalida­de de abrir, tiveram que fechar por determinaç­ão do Ministério Público. Portanto, é melhor que não façam. Chega a ser vexatório”, disse.

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1 Vendedor usa desinfetan­te na sola de tênis de cliente em bijuteria na rua 25 de Março 2 Loja na rua Oscar Freire oferece espumante para atrair consumidor­es 3 Funcionári­o mede temperatur­a de mulher 4 Movimento no centro de São Paulo
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Eduardo Knapp/Folhapress
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Fotos Rivaldo Gomes/Folhapress

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