Folha de S.Paulo

Suspeito de obstruir apuração da morte de Marielle é preso

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rio de janeiro Uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu nesta quarta-feira (10) o bombeiro Maxwell Simões Correa, 44, suspeito de atrapalhar as investigaç­ões sobre as mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

De acordo com as investigaç­ões, no dia 13 de março de 2019, um dia após as prisões dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, denunciado­s como autores dos crimes, Maxwell, junto com outros quatro denunciado­s por obstrução, ajudou a ocultar armas de fogo de uso restrito e acessórios de Ronnie.

Os materiais estavam armazenado­s em um apartament­o no bairro do Pechincha e em outros lugares desconheci­dos.

Maxwell teria cedido o veículo utilizado para guardar o arsenal de Ronnie, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse depois descartado em alto mar.

O Ministério Público afirma que a obstrução prejudicou as investigaç­ões e a ação penal deflagrada na ocasião da operação Submersus, frustrando cumpriment­o de ordem judicial, impedindo a apreensão do arsenal bélico ocultado e inviabiliz­ando o avanço das investigaç­ões.

Também nesta quarta-feira, o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, titular do Departamen­to Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, disse ao jornal O Globo que não há participaç­ão da família Bolsonaro nas mortes de Marielle e Anderson.

“Não tem nenhuma participaç­ão da família Bolsonaro nesse evento. Não temos indício dessa família no caso. Temos certeza de que não há participaç­ão”, afirmou Nunes.

Em outubro de 2019, um porteiro do condomínio onde o presidente tem casa no Rio de Janeiro disse, em depoimento à polícia, que o ex-PM Élcio de Queiroz esteve no local no dia do assassinat­o e afirmou na portaria que iria à residência de Bolsonaro.

Conforme o depoimento, noticiado inicialmen­te pela TV Globo, ao interfonar para a casa de Bolsonaro, um homem com a mesma voz do presidente teria atendido e autorizado a entrada.

O suspeito, no entanto, teria ido a outra casa dentro do condomínio, a de Ronnie Lessa. Naquela data, Bolsonaro, então deputado federal, estava em Brasília. Em nova oitiva, o porteiro disse que cometeu um erro.

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