Com gasolina em baixa, inflação é pior para mais pobres
rio de janeiro O preço dos alimentos segue pressionando o bolso principalmente das famílias mais pobres, que foram mais atingidas pelo desemprego e perda de renda após o início da pandemia.
Segundo o IBGE, o preço dos alimentos acumula alta de 3,70% no ano, enquanto o IPCA caiu 0,16%. Os produtos da cesta básica continuam subindo acima da inflação geral.
O cenário mostra que os indicadores de inflação também vêm sendo distorcidos pela mudança radical no perfil da atividade econômica brasileira após o início da pandemia.
No caso da inflação, os resultados foram puxados para baixo pela queda do preço dos combustíveis, que têm grande peso nos indicadores e responderam ao recuo da cotação internacional do petróleo após o início da pandemia.
Em maio, o grupo Transportes recuou 1,9% puxando o IPCA para deflação de 0,38%, a maior para o mês desde 1980.
Já os preços dos alimentos subiram 0,24% no mês, puxados pela alimentação em domicílio, que se tornou rotina para mais famílias após a quarentena e ficou 0,33% mais cara. São indicadores menores do que em abril, de 1,79% e 2,24%, respectivamente.
Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 1,88%, e os alimentos sobem 6,48%. O cenário é especialmente danoso para a população de baixa renda, que destina 22% de seu orçamento para comprar comida, enquanto os transportes absorvem outros 9,4%.