Folha de S.Paulo

Do campo à indústria, deixou as marcas de bondade e ética

ARNO DONADUZZI (1962-2020)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

são paulo Arno Donaduzzi era um homem do campo. Gostava de sentir as mãos na terra, de plantar. Sempre dizia à esposa que, quando morresse, gostaria de ser levado de volta à sua fazenda.

Ainda criança, saiu de Jaguari (RS) rumo à região oeste do Paraná para que seu pai tivesse novas oportunida­des de trabalho; ele as encontrou na lavoura. Foi do pai que Arno herdou o gosto por máquinas agrícolas.

Em 1993, foi uma das peçaschave para o início da indústria farmacêuti­ca Prati-Donaduzzi em Toledo (PR), a convite de Luiz Donaduzzi, seu irmão, e Celso Prati, seu cunhado. À empresa, Arno levou o conhecimen­to e a experiênci­a com maquinário.

Atuou até 2014 no Grupo Prati-Donaduzzi, com passagem por diversos setores como obras, transporte, manutenção e embalagens. Também foi o responsáve­l pela criação da área de engenharia e manutenção na firma.

Após 20 anos na empresa, comprou uma fazenda e resolveu resgatar suas raízes no campo.

“O Arno sempre foi muito organizado, trabalhado­r e ético. Agregador, ele tinha um jeito especial de lidar com as pessoas”, diz a cunhada e sócia Carmen Donaduzzi.

Um de seus dons era compartilh­ar. A vida evidenciou o lado humano, de compreende­r, se preocupar e ajudar as pessoas.

“Fica o legado de que é preciso ajudar o próximo e ensinar as pessoas para que sejam melhores. Sua marca era a bondade”, afirma Carmen.

Arno Donaduzzi morreu no dia 3 de junho, aos 58 anos, em decorrênci­a de complicaçõ­es de uma leucemia. Deixa esposa e dois filhos.

Na fazenda que tanto amava será construída uma capela para abrigar as suas cinzas.

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