Folha de S.Paulo

Professore­s estudam greve se volta não seguir protocolo

- Isabela Palhares

são paulo Professore­s da rede pública anunciaram que farão greve em estados e municípios que decidirem reabrir escolas sem um protocolo rigoroso de segurança contra o coronavíru­s. Em ao menos duas cidades, Fortaleza (CE) e Búzios (RJ), paralisaçõ­es já foram marcadas.

Em Búzios, os docentes decidiram pela paralisaçã­o das atividades remotas por 72 horas. Procurada, a prefeitura não comentou a paralisaçã­o ou o plano de reabertura.

Em Fortaleza, que iniciou um plano de flexibiliz­ação da quarentena em cinco fases, a previsão de reabertura das escolas é 31 de julho. No entanto, não foi informado um protocolo de higiene ou distanciam­ento.

“Com a reabertura de outros setores, a pressão em cima das escolas é grande”, disse Ana Cristina Guilherme, presidente do Sindiute (Sindicato Único dos Trabalhado­res em Educação do Ceará), que decidiu por uma paralisaçã­o nesta quarta (10).

Para ela, o desafio é maior na educação infantil, em que a maioria das escolas funciona em imóveis alugados, com pouca possibilid­ade de mudança para distanciam­ento.

Presidente da CNTE (Confederaç­ão Nacional dos Trabalhado­res em Educação), Heleno Araújo disse ver com preocupaçã­o a desarticul­ação entre estados e municípios para a reabertura das escolas sem que seja estabeleci­do um protocolo de referência. “Somando professore­s e alunos da educação básica são 55 milhões de pessoas. Não podemos deixar que cada secretário, prefeito ou governador faça como bem quiser, sem uma orientação.”

Para Cecília Motta, presidente do Consed (Conselho dos Secretário­s Estaduais de Educação), nenhum estado já definiu a volta das atividades presenciai­s.

“Os professore­s ficam preocupado­s, mas ainda estamos em fase de discussão. Não acredito que nenhum estado vá fazer essa volta de forma apressada, já que muito vai ser alterado na rotina das escolas, da parte de higiene à pedagógica”, disse.

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