Professores estudam greve se volta não seguir protocolo
são paulo Professores da rede pública anunciaram que farão greve em estados e municípios que decidirem reabrir escolas sem um protocolo rigoroso de segurança contra o coronavírus. Em ao menos duas cidades, Fortaleza (CE) e Búzios (RJ), paralisações já foram marcadas.
Em Búzios, os docentes decidiram pela paralisação das atividades remotas por 72 horas. Procurada, a prefeitura não comentou a paralisação ou o plano de reabertura.
Em Fortaleza, que iniciou um plano de flexibilização da quarentena em cinco fases, a previsão de reabertura das escolas é 31 de julho. No entanto, não foi informado um protocolo de higiene ou distanciamento.
“Com a reabertura de outros setores, a pressão em cima das escolas é grande”, disse Ana Cristina Guilherme, presidente do Sindiute (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará), que decidiu por uma paralisação nesta quarta (10).
Para ela, o desafio é maior na educação infantil, em que a maioria das escolas funciona em imóveis alugados, com pouca possibilidade de mudança para distanciamento.
Presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Heleno Araújo disse ver com preocupação a desarticulação entre estados e municípios para a reabertura das escolas sem que seja estabelecido um protocolo de referência. “Somando professores e alunos da educação básica são 55 milhões de pessoas. Não podemos deixar que cada secretário, prefeito ou governador faça como bem quiser, sem uma orientação.”
Para Cecília Motta, presidente do Consed (Conselho dos Secretários Estaduais de Educação), nenhum estado já definiu a volta das atividades presenciais.
“Os professores ficam preocupados, mas ainda estamos em fase de discussão. Não acredito que nenhum estado vá fazer essa volta de forma apressada, já que muito vai ser alterado na rotina das escolas, da parte de higiene à pedagógica”, disse.