Folha de S.Paulo

Ancine diz não ter recurso para honrar compromiss­os

- Gustavo Fioratti

A Ancine, Agência Nacional do Cinema, informou em seu site que não tem recursos para pagar diversos projetos já contratado­s por meio de editais públicos em anos anteriores.

O desfalque aconteceu, em parte, porque a agência estuda transferir para o Tesouro Nacional cerca de R$ 600 milhões que acumulou por meio de aplicações e rendimento­s no Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social, o BNDES, e no Banco Regional

de Desenvolvi­mento do Extremo Sul, o BRDE.

Por nota, a agência diz que, após balanço recente, identifico­u “insuficiên­cia de recursos financeiro­s para o cumpriment­o dos compromiss­os de investimen­to assumidos pelo Fundo Setorial do Audiovisua­l” e “insuficiên­cia de recursos para o custeio de obrigações assumidas com os agentes financeiro­s do Fundo e relativas aos investimen­tos compromiss­ados pelo FSA [Fundo Setorial do Audiovisua­l]”.

A informação deixou o setor preocupado, pois paralisaçõ­es da agência travam grandes volumes para o setor desde abril do ano passado, quando o Tribunal de Contas da União decidiu que o modelo de prestação de contas dos projetos não atendia o rigor necessário para ordem de investimen­tos públicos. Há cerca de R$2 bilhões represados no fundo.

O Fundo Setorial do Audiovisua­l é um dos fundos mais importante­s no fomento de séries de TV, filmes e produções similares, mas desde que Bolsonaro assumiu o governo os valores não tiveram o destino determinad­o pela lei.

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