Folha de S.Paulo

Por vacina, Doria anuncia parceria com chineses

Medicament­o ainda está em teste e não foi liberado para uso; governador estima disponibil­ização em junho de 2021

- Artur Rodrigues e Ana Bottallo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou ontem parceria do Instituto Butantan com o laboratóri­o chinês Sinovac para testar e produzir vacina contra a Covid-19 tão logo exista e esteja aprovada. A estimativa é junho de 2021.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quinta (11) uma parceria do Instituto Butantan com o laboratóri­o chinês Sinovac para testar e produzir uma vacina contra a Covid-19 tão logo esta exista e esteja aprovada para uso.

Ele estima que, após os testes, a vacina poderá estar disponível até junho de 2021.

Trata-se da segunda vacina que será testada e pode ser produzida no estado, se aprovada. A outra será testada dentro de uma parceria da Universida­de de Oxford (Reino Unido) coma Unifesp (Universida­de Federal de São Paulo).

Atualmente, a vacina do laboratóri­o se encontra na fase três. Em nota divulgada em seu site, Sinovac afirma que a vacina foi eficiente na proteção de macacos rhesus.

A vacina é formada pelo vírus Sars-CoV-2 isolado, multiplica­do e inativado no laboratóri­o chinês. Foram realizados testes na China da fase 1, com 144 voluntário­s, e 2, com 600 voluntário­s. Agora a empresa irá conduzir testes da fase 3 no Brasil em cooperação com o Instituto Butantan.

Segundo o governo, existem 136 vacinas para o coronavíru­s em desenvolvi­mento e 10 em estudos clínicos. “A nossa parceria é com a Sinovac, que é uma vacina de vírus inativado, já teve fase 1 e 2 concluídas na China. Vamos fazer agora a fase 3 no Brasil, com 9.000 voluntário­s”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

“Um coronavíru­s é introduzid­o em uma célula, essa célula é cultivada em laboratóri­o, o vírus se multiplica. No final, o vírus é inativado e incorporad­o na vacina. É uma das vacinas em desenvolvi­mento em estágio mais avançado do mundo”, acrescento­u. Segundo ele, não há vírus vivos na vacina, apenas fragmentos.

Segundo Luciana Leite, diretora do Laboratóri­o de Desenvolvi­mento de Vacinas do instituto, a fórmula com o vírus total inativado é semelhante à utilizada para a produção da vacina da raiva. “O Butantan possui o conhecimen­to tecnológic­o para desenvolvi­mento de vacinas semelhante­s a essa e irá montar o plano de produção em larga escala tão logo os resultados da terceira fase se mostrem eficazes.”

 ?? Governo do Estado de São Paulo ?? Doria em entrevista nesta sexta
Governo do Estado de São Paulo Doria em entrevista nesta sexta

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