Com nova pasta, presidente faz aceno e tenta mudar comunicação
Pasta das Comunicações, entregue ao deputado Fábio Faria (PSD), ressurge também para diminuir influência dos militares no setor
A nomeação do deputado Fábio Faria (PSD-RN) para o Ministério das Comunicações, recriado sob medida para o parlamentar, foi lida por aliados de Jair Bolsonaro e congressistas como gesto do Planalto para reorganizar sua política de comunicação, reduzir a influência de militares na área e acenar a setores do Legislativo.
No comando da pasta, Faria deverá trocar as direções dos Correios e da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), hoje sob a chefia de dois generais, diminuindo o espaço da cúpula das Forças para abrir caminho a indicações políticas. A ideia é que as duas empresas sejam entregues a indicados de outras siglas do centrão.
O núcleo fardado também perde o controle sobre a comunicação institucional do Planalto. Bolsonaro passou para Faria a Secom, antes subordinada à Secretaria de Governo, do general Luiz Eduardo Ramos.
A nomeação do deputado Fábio Faria (PSD-RN) para o Ministério das Comunicações, recriado sob medida para o parlamentar, foi lida por aliados do presidente da República e parlamentares como um gesto de Jair Bolsonaro para reorganizar sua política de comunicação, diminuir a influência de militares na área e acenar para setores do Congresso.
A criação da nova pasta e a indicação de Faria para comandá-la foram anunciadas na noite de quarta (10) por Bolsonaro. Com isso, o governo passa a ter 23 ministros, 8 a mais do que os 15 prometidos durante a campanha eleitoral.
Apesar de o novo ministro ser do chamado centrão, que se aproximou do presidente e tem indicado nomes para cargos no governo, no primeiro momento a escolha de Faria não foi bem recebida por uma ala do grupo. Depois, a situação acabou contornada.
Integrantes de PP, PL e Republicanos relataram desconforto inicial com o fato de Bolsonaro ter dado um cargo no primeiro escalão do governo a um deputado do PSD, partido que, publicamente, diz não fazer parte do centrão.
No comando do novo ministério, entretanto, o deputado deverá trocar as direções dos Correios e da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), diminuindo o espaço da cúpula militar e podendo abrir espaço para indicações políticas. A ideia é que as duas empresas públicas sejam entregues a indicados de outras siglas do centrão.
Hoje, as estruturas federais são comandadas por dois generais: Luiz Carlos Pereira Gomes, na EBC, e Floriano Peixoto Vieira Neto, nos Correios.
Para evitar incômodo com os novos aliados no Congres