Folha de S.Paulo

Vendas na volta de shoppings em SP superam previsão

- Guilherme Botacini

Paulistano­s fizeram fila para entrar em shoppings, no primeiro dia de volta às atividades de 53 centros de compra. Mesmo com restrições de funcioname­nto, lojas de luxo afirmaram que as vendas chegaram a superar a média de dias normais.

A reabertura dos shoppings no Brás, tradiciona­l bairro de comércio de São Paulo, começou devagar nesta quinta (11), apesar do trânsito intenso, das filas e do movimento grande nas ruas.

Lojistas e vendedores ouvidos pela Folha disseram que o movimento estava abaixo do esperado. Alguns apontaram que a ausência de ônibus com consumidor­es de outras cidades, comuns no bairro, contribuiu para esse cenário.

Corredores vazios e lojas fechadas, no entanto, não impediram que alguns pontos de venda tivessem aglomeraçã­o de clientes. Todos utilizavam máscaras no interior dos centros de compras.

O comércio no bairro acontece nos shoppings, lojas de rua, e calçadas, onde clientes compram em varejo ou atacado. Nos shoppings, as lojas são no formato box, em geral pequenas, com pouco espaço interno, e produtos expostos em vitrines e corredores. Muitos centros de compras têm corredores apertados.

Todos os centros visitados pela Folha mediam a temperatur­a dos clientes e forneciam álcool em gel na entrada, como definido pela prefeitura. Dentro, porém, apenas marcações de fluxo único de movimento, ignorada por funcionári­os e clientes, e álcool em gel disponível nas lojas.

Filas foram formadas na porta dos shoppings para entrada controlada de clientes. Nenhuma fila foi feita de forma organizada ou respeitou a distância de um metro e meio exigida pelo protocolo negociado entre lojistas a prefeitura.

Os shoppings foram autorizado­s a abrir, com restrições, na capital após 83 dias fechados. Eles só podem abrir por quatro horas, e em apenas dois períodos: das 6h às 10h, ou das 16h às 20h. No Brás, a maioria escolheu o primeiro horário.

Raros corredores e lojas tinham marcações para delimitaçã­o de distância de um metro e meio entre pessoas, outra exigência. Nenhum shopping visitado fazia contagem de clientes para que fosse respeitada a regra de, no máximo, 20% da capacidade de lotação.

Kelly Santos foi com a sogra comprar roupas de frio para revenda. Para elas, compras online não compensam, porque não dá para verificar qualidade, e o frete encarece a compra. Elas pretendiam gastar no máximo R$ 4.000, valor abaixo do reservado para os produtos antes da pandemia.

Se por um lado os corredores fechados dos shoppings tiveram baixa circulação, por outro o comércio informal de ambulantes nas ruas e calçadas do Brás estava intenso.

Muitos vendedores expunham suas mercadoria­s lado a lado, sem distanciam­ento, enquanto a população se espremia no curto corredor que restava para passagem.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil