Vendas na volta de shoppings em SP superam previsão
Paulistanos fizeram fila para entrar em shoppings, no primeiro dia de volta às atividades de 53 centros de compra. Mesmo com restrições de funcionamento, lojas de luxo afirmaram que as vendas chegaram a superar a média de dias normais.
A reabertura dos shoppings no Brás, tradicional bairro de comércio de São Paulo, começou devagar nesta quinta (11), apesar do trânsito intenso, das filas e do movimento grande nas ruas.
Lojistas e vendedores ouvidos pela Folha disseram que o movimento estava abaixo do esperado. Alguns apontaram que a ausência de ônibus com consumidores de outras cidades, comuns no bairro, contribuiu para esse cenário.
Corredores vazios e lojas fechadas, no entanto, não impediram que alguns pontos de venda tivessem aglomeração de clientes. Todos utilizavam máscaras no interior dos centros de compras.
O comércio no bairro acontece nos shoppings, lojas de rua, e calçadas, onde clientes compram em varejo ou atacado. Nos shoppings, as lojas são no formato box, em geral pequenas, com pouco espaço interno, e produtos expostos em vitrines e corredores. Muitos centros de compras têm corredores apertados.
Todos os centros visitados pela Folha mediam a temperatura dos clientes e forneciam álcool em gel na entrada, como definido pela prefeitura. Dentro, porém, apenas marcações de fluxo único de movimento, ignorada por funcionários e clientes, e álcool em gel disponível nas lojas.
Filas foram formadas na porta dos shoppings para entrada controlada de clientes. Nenhuma fila foi feita de forma organizada ou respeitou a distância de um metro e meio exigida pelo protocolo negociado entre lojistas a prefeitura.
Os shoppings foram autorizados a abrir, com restrições, na capital após 83 dias fechados. Eles só podem abrir por quatro horas, e em apenas dois períodos: das 6h às 10h, ou das 16h às 20h. No Brás, a maioria escolheu o primeiro horário.
Raros corredores e lojas tinham marcações para delimitação de distância de um metro e meio entre pessoas, outra exigência. Nenhum shopping visitado fazia contagem de clientes para que fosse respeitada a regra de, no máximo, 20% da capacidade de lotação.
Kelly Santos foi com a sogra comprar roupas de frio para revenda. Para elas, compras online não compensam, porque não dá para verificar qualidade, e o frete encarece a compra. Elas pretendiam gastar no máximo R$ 4.000, valor abaixo do reservado para os produtos antes da pandemia.
Se por um lado os corredores fechados dos shoppings tiveram baixa circulação, por outro o comércio informal de ambulantes nas ruas e calçadas do Brás estava intenso.
Muitos vendedores expunham suas mercadorias lado a lado, sem distanciamento, enquanto a população se espremia no curto corredor que restava para passagem.