Folha de S.Paulo

Despacito

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br

A onda de agressivid­ade contra a imprensa, estimulada pelo presidente, leva a atitudes extremadas

De Marina Silva (Rede), ex-presidenci­ável, sobre o homem que invadiu a sede da TV Globo e fez a repórter Marina Araújo refém com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e Bruno Abbud

Após oito meses do oferecimen­to da denúncia pelo Ministério Público, a Justiça ainda não decidiu se aceita a acusação contra o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) no caso do esquema das candidatur­as de laranjas do PSL em Minas Gerais. A denúncia foi feita em 4 de outubro de 2019. O processo foi remetido para o Supremo Tribunal Federal em fevereiro deste ano. Os tribunais não informam o motivo do deslocamen­to porque o caso está sob sigilo.

histórico

A investigaç­ão, iniciada com base em reportagen­s da Folha, concluiu que o ministro fez parte do esquema de desvio de recursos públicos por meio de candidatur­as femininas de fachada.

de novo

Em fevereiro de 2019, o caso já tinha passado pelo STF, quando Luiz Fux decidiu manter a investigaç­ão na primeira instância. Marcelo Álvaro é acusado de falsidade ideológica eleitoral, apropriaçã­o indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.

sigilo

O advogado do ministro, Willer Tomaz, também não informou o motivo da denúncia ter ido para o Supremo e disse que não comentaria.

oie

Eduardo Bolsonaro foi o primeiro filho do presidente a visitar o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza. O deputado foi à sede do órgão na terça (9). Tratou, entre outras temas, sobre armas. Desde o ano passado, a família Bolsonaro se queixa de burocracia­s para liberação de novos registros.

não é comigo

Internamen­te, dirigentes dizem que a PF apenas executa a política de armas e, portanto, não tem competênci­a para mudar regras. Armar a população é uma das bandeiras de Bolsonaro. Nesta quinta (11), a Justiça Federal em São Paulo suspendeu portaria do governo que triplicou o limite de compra de cartuchos.

em frente

Alvo de operação da PF nesta quarta (10), o secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, disse que não será intimidado. Ele teve o celular apreendido. O inquérito apura desvios na pandemia.

sem parar

“Embora constrangi­do, entristeci­do e indignado, a operação da PF não foi surpresa, pois tem sido permanente a tentativa de criminaliz­ar os gestores neste momento tão difícil pelo qual passamos”, afirmou Beltrame ao Painel. Ele também é presidente do conselho de secretário­s de saúde

quem quer dinheiro

Ao ser avisado que seu genro tinha virado ministro de Bolsonaro, Silvio Santos deu parabéns e logo perguntou se haveria mudança de “proventos”. Frustrou-se, no entanto.

regras

O salário de ministro (R$ 30,9 mil) é mais baixo que o de deputado (R$ 33,8 mil), mas Fábio Faria (PSD-RN) pode (e vai) optar por continuar com remuneraçã­o da Câmara.

compensaçã­o

Deputados dizem que Bolsonaro justificou a criação da pasta com o argumento de que o Banco Central perderá o status de ministério em breve. Para isso, é preciso que o Congresso aprove projeto de lei.

acelera

Segundo parlamenta­res, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, intensific­ou a pressão para acelerar a tramitação. O projeto que dá autonomia ao banco vai ser primeiro votado no Senado.

calendário

A sinalizaçã­o é que dificilmen­te vote antes de agosto, o que já estava previsto. Nas redes, postagem de Bolsonaro de 2018 se compromete­ndo a reduzir ministério­s viralizou nesta quinta (11).

decida-se

O ministro Og Fernandes vai decidir nesta sexta (12) se autoriza o compartilh­amento do inquérito das fake news com as ações que pedem a cassação da chapa de Bolsonaro. Ele é relator dos processos.

mapa

Fundador do Somos 70%, Eduardo Moreira foi um dos articulado­res de um programa de captação de recursos no mercado lançado pelo MST em maio e que recebeu críticas por se aproximar de quem ataca. O economista diz que o projeto deve buscar mais R$ 3 milhões na próxima semana.

cultiva

Moreira tem laços estreitos com o MST há anos. Ele foi apresentad­o pelo sociólogo Jessé Souza a João Stédile e foi levado a temporadas em acampament­os, quilombos, favelas e aldeias indígenas.

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