Folha de S.Paulo

Ramos nega risco de golpe, mas faz alerta à oposição

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br

O general Luiz Eduardo Ramos, ministro chefe da Secretaria de Governo, descartou a possibilid­ade de intervençã­o militar. À Veja ele criticou as acusações de fascismo feitas à administra­ção, mas alertou a oposição: não “estica a corda”.

As instituiçõ­es começaram a impor limite para o autoritari­smo de Bolsonaro. Esperamos que o impeachmen­t seja pautado

De Aloizio Mercadante (PT), ex-ministro da Educação, sobre a revogação da medida provisória da escolha dos reitores

com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e Bruno Abbud

Responsáve­l pelas políticas públicas de assistênci­a e desenvolvi­mento social, Onyx Lorenzoni (Cidadania) teve audiência com apenas um prefeito desde que assumiu o posto, em março. Com o Bolsa Família sob seu guarda-chuva, o ministro é alvo de crítica de prefeitos, que reclamam de serem ignorados. Levantamen­to feito pelo Painel com base nas agendas públicas mostra que Onyx participou duas vezes mais de solenidade­s que de encontros com a sociedade civil.

ao ataque

“Mostra um desprezo pelos setores organizado­s da sociedade e a soberba dele como pessoa. Mostra acomodação política”, diz Jonas Donizette (PSB), prefeito de Campinas e presidente da Frente Nacional dos Prefeitos. “Depois da Saúde, Cidadania é a pasta com a qual os prefeitos precisam de maior interlocuç­ão”, afirma.

público

Nos 115 dias na pasta, o único prefeito que Onyx atendeu foi Divaldo Lara (PTB), de Bagé (RS). De acordo com a agenda, apenas cinco representa­ntes da sociedade civil foram recebidos. Entre eles, o pescador profission­al Johnny Hoffman e o exjogador de futebol Paulo César Fonseca do Nascimento, o Tinga. Ambos são gaúchos.

em casa

O ministro, que na Casa Civil também dava preferênci­a para conterrâne­os, recebeu em média um político, indivíduo ou organizaçã­o gaúcha a cada semana.

outro lado

A Cidadania informou que o ministro tem concentrad­o esforços em ações aos mais vulnerávei­s durante a pandemia, o que tem sido, segundo a nota, mais eficiente que audiências.

online

O movimento Todos pela Democracia, que organizou um ato “contra o racismo, o fascismo e em defesa da democracia” no domingo passado em Brasília promete atos virtuais e um panelaço às 20h deste domingo (14).

ao vivo

Apoiado por torcidas organizada­s, o movimento também planeja uma segunda manifestaç­ão na Esplanada dos Ministério­s. Está marcada para as 10h do dia 21, com concentraç­ão na frente da Biblioteca Nacional. Segundo os organizado­res, o uso de máscara será obrigatóri­o.

reprise

PSB, PDT, PV e Rede fazem no dia 18 de junho o segundo ato virtual Janelas Pela Democracia. O objetivo é pressionar Rodrigo Maia (DEMRJ) a pautar o pedido de impeachmen­t de Jair Bolsonaro.

boom

A contaminaç­ão por coronavíru­s em presídios aumentou 800% de maio para junho, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Nesta sexta (12), o órgão decidiu renovar por mais três meses a recomendaç­ão para que magistrado­s considerem a soltura de presos, com substituiç­ão de pena, em razão da pandemia.

viralizou

De acordo com o CNJ, desde março, 32.530 presos puderam deixar o sistema penitenciá­rio, a partir da recomendaç­ão, em 19 estados. Pelos dados do conselho, no dia 1º de maio, tinham 245 presos com Covid-19. Hoje, são 2.212 casos confirmado­s. O número de mortes também aumentou, de 14 para 53.

labuta

Entre servidores dos presídios, o cresciment­o segue o mesmo ritmo: 327 casos no início de maio contra 2.944 agora. Três mortes tinham sido registrada­s no mês passado e hoje são 41.

soberania

Marcelo Freixo (PSOL-RJ) apresentou nesta sexta (12) projeto de lei que propõe a autorizaçã­o para realização de eleições virtuais para reitores de universida­des e institutos federais durante a pandemia. A ideia surge em reação à medida provisória que daria mais poder a Abraham Weintraub (Educação).

fica...

Após ter sido ameaçado publicamen­te por Bruno Covas (PSDB-SP) de perder o cargo, o ex-secretário de Transporte­s, Edson Caram, que pediu demissão, continuará na gestão. Ele trabalhará como uma espécie de assessor especial do tucano.

... vai ter bolo

A cobrança de Covas, inesperada e fora de tom, revoltou Caram e tornou a permanênci­a no cargo insustentá­vel. A decisão é para não romper pontes com o DEM, comandado na cidade pelo vereador Milton Leite, que foi quem indicou Caram para o posto. Assim, o ex-secretário seguirá na prefeitura e a legenda ainda deve participar da escolha do próximo secretário do setor.

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