Mortos, desaparecidos e torturados
Gregório Bezerra (torturado, 1964)
Ex-sargento do Exército e militante comunista, é considerado a primeira vítima de tortura do regime. Em 2 de abril de 1964, foi amarrado à traseira de um jipe e puxado pelas ruas do Recife. Depois, foi espancado com uma barra de ferro por um oficial
Alfeu de Alcântara Monteiro (morto, 1964)
Tenente-coronel da Aeronáutica, é considerado o primeiro militar morto pela ditadura. Em 4 de abril de 1964, foi executado com 16 tiros dentro do gabinete da 5ª Zona Aérea, em Canoas (RS), por se recusar a dar apoio ao golpe militar
Carlos Marighella (morto, 1969)
Fundou a Ação Libertadora Nacional, que praticava sequestros, atentados e assaltos a banco. Em 4 de novembro de 1969, foi morto numa emboscada coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury
Chael Charles Schreier (torturado e morto, 1969)
Integrante da VAR-Palmares, foi preso em novembro de 1969, aos 23 anos, após confronto com o Dops. Transferido a um quartel, foi torturado e morto. Militares levaram o cadáver ao hospital, mas os médicos se recusaram a confirmar a versão de que havia chegado vivo. É considerado o primeiro morto por tortura nos quartéis]
Rubens Paiva (desaparecido, 1971)
Deputado cassado em 1964. Em 20 de janeiro de 1971, foi levado para o DOI-Codi, onde sofreu tortura até morrer. A repressão negou e disse que ele foi sequestrado por desconhecidos. Em 2014, o coronel reformado Paulo Malhães confirmou que Paiva foi morto e jogado num rio
Epaminondas Gomes de Oliveira (torturado e morto, 1971)
Líder camponês, foi morto aos 68 anos após ser preso na Operação Mesopotâmia, que buscava focos de guerrilha no Maranhão e em outros estados. O Exército atestou sua morte por anemia e sepultou seu corpo em Brasília, proibindo que fosse exumado
Carlos Lamarca (morto, 1971)
Capitão do Exército, desertou em 1969 com um grupo que levou 63 fuzis e metralhadoras. Tornou-se um dos principais personagens da luta armada, participando de sequestros e assaltos a banco. Foi fuzilado numa operação militar enquanto estabelecia uma base guerrilheira no interior da Bahia, em 17 de setembro de 1971
Vladimir Herzog (torturado e morto, 1975)
Diretor de jornalismo da TV Cultura, era militante do PCB. Procurado pelos militares, apresentou-se ao DOICodi em 24 de outubro de 1975. Foi interrogado e torturado até a morte, mas os militares divulgaram uma versão de suicídio. Em 1996, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos reconheceu que ele foi assassinado
Zuzu Angel (morta, 1976)
Estilista, denunciou a repressão violenta do regime militar após a tortura e a morte do filho Stuart, em 1971. Morreu numa colisão na saída de um túnel no Rio de Janeiro. Em 1998, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos apontou que ela teria sido jogada para fora da pista por um carro com agentes da repressão
Manuel Fiel Filho (morto, 1976)
Metalúrgico, foi preso em janeiro de 1976 pelo DOI-Codi, acusado de pertencer ao PCB. Órgãos de repressão informaram que ele havia se enforcado com as meias, mas seus colegas diziam que ele usava chinelos sem meias ao ser preso, e seu corpo tinha sinais de tortura. A repercussão pressionou o regime a prosseguir com a distensão