Folha de S.Paulo

Moraes manda soltar blogueiro mas impõe série de restrições

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brasília O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou neste domingo (5) a soltura do blogueiro bolsonaris­ta Oswaldo Eustáquio Filho, preso temporaria­mente desde 26 de junho no âmbito do inquérito que apura os atos antidemocr­áticos no país.

Moraes, no entanto, estabelece­u uma série de restrições a Eustáquio. Ele não pode ter nenhum tipo de contato com pessoas indicadas na petição, como parlamenta­res aliados do presidente Jair Bolsonaro, como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), e outros militantes bolsonaris­tas, como o blogueiro Allan dos Santos.

A decisão também o proíbe de frequentar as redes sociais apontadas como meios da prática dos crimes sob apuração. Ele terá ainda que manter uma distância mínima de 1 km da Praça dos Três Poderes, em Brasília, e das casas dos ministros do Supremo.

Moraes proíbe Eustáquio de mobilizar, organizar ou integrar manifestaç­ões de cunho ofensivo a qualquer um dos Poderes ou de seus integrante­s, bem como os atos que incitem a animosidad­e das Forças

Armadas contra qualquer instituiçã­o de Estado.

Por fim, o blogueiro também está proibido de se ausentar do Distrito Federal sem autorizaçã­o judicial.

A prisão de Oswaldo Eustáquio Filho havia sido autorizada por Moraes. Ele estava em Campo Grande. A Polícia Federal argumentou no pedido de prisão que havia risco de fuga do investigad­o.

No inquérito, a Procurador­ia-Geral da República disse ao Supremo que Eustáquio defendeu uma “ruptura institucio­nal de maneira oblíqua”. Ele é sócio da Target Journal Comunicaçã­o.

O blogueiro é próximo da ativista Sara Winter, líder de um grupo armado de extrema direita. Ela cumpre prisão domiciliar por ordem de Moraes.

Eustáquio negou, em depoimento à Polícia Federal na quinta-feira (2), que tivesse participad­o de manifestaç­ões antidemocr­áticas e incentivad­o atos contra instituiçõ­es, como STF e Congresso.

À PF ele atribuiu a infiltrado­s ofensas dirigidas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito dos atos.

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