Folha de S.Paulo

PF descarta crime ou omissão no incêndio do Museu Nacional

Após quase 2 anos, investigaç­ão foi encerrada nesta segunda (6); fogo começou em ar-condiciona­do

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rio de janeiro Laudo pericial da Polícia Federal descartou ação criminosa no incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro de 2018. A investigaç­ão foi encerrada nesta segunda-feira (6).

A perícia confirmou que o início do fogo ocorreu em um auditório no primeiro andar, próximo à entrada principal do museu. O incêndio teria tido como foco um dos aparelhos de ar condiciona­do instalado no interior do cômodo.

A PF também descartou omissão por parte dos gestores do museu. Isso porque a coordenaçã­o já havia definido uma verba para a reforma do prédio meses antes do incêndio, ainda que as obras não houvessem começado.

Em agosto de 2015, o Corpo de Bombeiros iniciou uma fiscalizaç­ão no local, que não foi concluída. O oficial que não prosseguiu com o procedimen­to foi punido administra­tivamente.

Após a fiscalizaç­ão, o reitor da UFRJ e a diretora do museu iniciaram tratativas com o BNDES para a revitaliza­ção do prédio, buscando adequá-lo ao Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico.

De 37 coleções, 17 foram total ou parcialmen­te perdidas. Desde então, cientistas e alunos tentam salvar o acervo, coletar itens para recompor coleções e retomar os estudos.

No incêndio, os dois andares e o telhado desabaram, transforma­ndo o edifício em um “esqueleto” com pilhas de escombros dentro.

Os gestores do museu querem reabri-lo em 2022, no bicentenár­io da Independên­cia, mas temem não ter dinheiro suficiente para a reconstruç­ão do palácio.

Os valores que a instituiçã­o recebeu desde a tragédia, somam cerca de R$ 102 milhões. O custo estimado exclusivam­ente para a reconstruç­ão do palácio é de R$ 300 milhões.

Como o projeto de restauraçã­o da fachada e dos telhados contratado pelo museu não ficou pronto até o fim do ano, a maior fatia desse dinheiro — vinda de emendas parlamenta­res recebidas em 2019— não pôde ser reservada para a recuperaçã­o do edifício em si, e não há mais emendas previstas para 2020.

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