Folha de S.Paulo

Ex-secretário de Cristina Kirchner é encontrado morto na Argentina

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BUENOS AIRES Um ex-secretário particular da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi encontrado morto no sábado (4), após mais de uma semana desapareci­do. Segundo as autoridade­s, o advogado Fabián Gutiérrez sofreu tortura, levou pancadas na cabeça, três facadas e morreu por asfixia.

O corpo do advogado, que tinha 46 anos, foi encontrado em uma casa na cidade de El Calafate, na província argentina de Santa Cruz, onde Cristina e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, possuem propriedad­es e uma rede de hotéis.

De acordo com Gabriel Giordano, advogado da família de Gutiérrez, o ex-secretário dos Kirchner estava sendo vítima de extorsão, embora não tenha revelado quem o estaria ameaçando. A polícia de Santa Cruz investiga as causas do crime e trabalha com hipóteses de crime político ou passional.

Giordano diz que apresentou à polícia “evidências

concretas da extorsão” e que a família pedia que o crime não fosse explorado de modo sensaciona­lista.

O assassinat­o, porém, teve muita repercussã­o na imprensa local, uma vez que a vítima tinha conexão particular com Cristina. A escolha da promotora que investiga o caso, Natalia Mercado, também gerou polêmica, uma vez que ela é sobrinha da vice-presidente.

Em comunicado, a Casa Rosada, sede da Presidênci­a argentina, disse que a morte de Gutiérrez é “um assunto policial”. No domingo (5), quatro suspeitos foram detidos: os irmãos Facundo e Santiago Zaeta, Facundo Gómez Chávez e Pedro Monzón.

Parte da imprensa argentina levantou a hipótese de queima de arquivo, pois Gutiérrez era testemunha no escândalo conhecido como “cadernos da corrupção”, que se baseia em anotações de um ex-funcionári­o do Ministério de Planejamen­to, nos mandatos de Néstor e Cristina.

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