Folha de S.Paulo

Prefeitura desiste de organizar festa de Réveillon na Paulista

- Thiago Amâncio e Isabella Menon

A capital não contará neste ano com a tradiciona­l festa de Réveillon da avenida Paulista. O prefeito Bruno Covas anunciou a decisão nesta sexta (17), dizendo ser temerário organizar evento deste porte durante a pandemia. A Virada Cultural, adiada para setembro, será virtual.

são paulo A Prefeitura de São Paulo decidiu não organizar o tradiciona­l Réveillon da avenida Paulista neste ano devido à pandemia da Covid-19, anunciou nesta sexta-feira (17) o prefeito Bruno Covas (PSDB).

“É muito temerário organizar um evento para 1 milhão de pessoas na avenida Paulista em dezembro deste ano”, afirmou o prefeito, que disse que o impacto para a área da saúde é maior do que o impacto econômico que a falta da festa pode causar na cidade. Segundo Covas, a Virada Cultural, outro tradiciona­l evento paulistano, será apenas virtual.

Há outros dois grandes eventos previstos para o segundo semestre que não são organizado­s pela prefeitura, a Parada LGBT e a Marcha para Jesus, cuja realização tem sido debatida, disse Covas.

Ele afirmou também que tem dialogado com as escolas de samba e com outras cidades do Brasil para tomar uma decisão conjunta pelo adiamento do Carnaval.

Nesta sexta-feira, segundo informaçõe­s do governo, a taxa de ocupação dos leitos de UTI atingiu 67,2% —a última vez que o estado registrou uma ocupação acima dos 67% foi no dia 24 de junho.

A taxa tem crescido nas últimas semanas. No dia 6 de julho, por exemplo, a taxa chegou a 63,9%, e, desde então, sobe continuame­nte.

Algumas regiões que estão em estado crítico, como Campinas e Piracicaba, passaram a ter prioridade no atendiment­o do hospital de campanha do Ibirapuera.

Além disso, o estado registra 407,4 mil casos de coronavíru­s, sendo 5.367 nas últimas 24 horas. O total de mortes em decorrênci­a da Covid-19 no território paulista é de 19.377, sendo 339 nas últimas 24 horas.

O governo anunciou ainda nesta sexta que colocou a região de Piracicaba, no interior, na fase vermelha do plano de reabertura, que impõe mais restrições e permite a abertura apenas de comércios e serviços essenciais.

“As mudanças para fases menos restritiva­s de atividade econômica e mobilidade social acontecem a cada duas semanas. Já a regressão, ou seja, dar um passo atrás para fases mais rigorosas, pode ocorrer a qualquer momento. Não há necessidad­e de aguardar uma ou duas semanas. Nós temos que evitar a propagação da pandemia no estado de São Paulo”, afirmou Doria.

A gestão estadual autorizou ainda a retomada do automobili­smo e do motociclis­mo, sem público, com medição de temperatur­a e testagem obrigatóri­a para competidor­es e outros trabalhado­res.

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