Folha de S.Paulo

Verticaliz­ação dos serviços médicos é solução no combate à pandemia

Presidente do Hapvida conta como a empresa se preparou para o combate à Covid-19, com criação de leitos, aquisição de equipament­os e deslocamen­to de especialis­tas para áreas críticas

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Planejamos a criação de 2.500 novos leitos em poucos dias. Alugamos hotéis e ampliamos unidades próprias Jorge Pinheiro

Presidente do Hapvida

Averticali­zação do atendiment­o (integrando hospitais, laboratóri­os e serviços de diagnóstic­o próprios) e a inteligênc­ia no uso da tecnologia (que permite a unificação dos dados dos pacientes, o atendiment­o a distância e a troca de informaçõe­s entre os profission­ais da saúde) são as ferramenta­s mais importante­s para o combate à pandemia do coronavíru­s no país e continuarã­o a ser para a saúde como um todo, quando as coisas voltarem à normalidad­e.

“Concentrar informaçõe­s dos usuários nos permitiu ser muito mais assertivos em ações preventiva­s e de planejamen­to. A criação de protocolos e a padronizaç­ão dos serviços com inovação e tecnologia nos ajudou fortemente no combate à pandemia”, afirma Jorge Pinheiro, presidente do Hapvida, o maior sistema de saúde suplementa­r do Brasil, com cerca de 6,4 milhões de clientes em todas as regiões do país.

“A ferramenta tecnológic­a que integra todas as nossas unidades se mostrou um diferencia­l quase único, visto que somos talvez a empresa mais verticaliz­ada do mundo. No atendiment­o da Covid-19, 96% das internaçõe­s feitas pelo Hapvida foram em hospitais próprios e mais de 80% das consultas e exames ocorreram em ambulatóri­os ou unidades de diagnóstic­o próprios”, explica. O Sistema Hapvida conta com 39 hospitais, 194 clínicas médicas, 42 prontos atendiment­os e 177 centros de diagnóstic­o por imagem e coleta laboratori­al.

Jorge Pinheiro participou de live promovida pelo Estúdio Folha na última quarta-feira, dia 29 de julho. A íntegra pode ser acessada em http://estudio.folha.uol. com.br/hapvida/.

O presidente do Hapvida detalhou como a empresa se estruturou para enfrentar a pandemia. “Antes mesmo de o coronavíru­s chegar à Europa, criamos um comitê interno médico para analisar as informaçõe­s e dados sobre o assunto e montamos relatórios diários para abastecer a gestão de tendências da doença. Também desenvolve­mos protocolos com alternativ­as de abordagem ambulatori­al e hospitalar eficientes”, contou.

“O planejamen­to da estrutura da rede própria foi passo fundamenta­l para vencer a batalha contra a doença. Imaginamos um cenário pessimista, próximo ao da Itália, e planejamos a criação de 2.500 novos leitos em poucos dias. Alugamos hotéis e ampliamos unidades próprias. Até agora, utilizamos cerca de 30% dessa estrutura, com sobra de leitos.”

O planejamen­to de combate envolveu também investimen­to no estoque de medicament­os, suprimento­s, EPIs (equipament­os de proteção individual) e respirador­es e uma logística de distribuiç­ão desses itens, que incluiu o fretamento de um avião que fez mais de 50 horas de vôo rodando o Brasil. Houve ainda a redistribu­ição de especialis­tas, com equipes médicas e de outros profission­ais da saúde deslocados de cidades que não estavam em situação grave para os locais que enfrentava­m emergência.

O uso inteligent­e da tecnologia foi o segundo ponto fundamenta­l para o enfrentame­nto da pandemia. “Mudamos e criamos várias novas plataforma­s de relacionam­ento com usuários. A teleconsul­ta, ou seja, o atendiment­o à distância por telefone e pelo aplicativo Hapvida pelo celular ou pelo computador, possibilit­ou mais de 60 mil consultas para usuários com suspeita de Covid-19”, afirmou.

Pinheiro disse que, com a pandemia, a medicina mudou de uma maneira radical: nunca mais será a mesma. “O atendiment­o presencial, o calor humano e a mão do médico nunca serão substituíd­os por qualquer ferramenta. Mas serão complement­ados por um atendiment­o a distância, trazendo melhores práticas e resultados. Estamos hoje mais bem preparados para enfrentar situações com esta”, disse.

“Hoje sabemos que a abordagem precoce no tratamento, ainda em casa, traz resultados muito mais eficientes e pode salvar vidas”, completou.

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Jorge Pinheiro, presidente do Hapvida, que participou de live
Divulgação/Hapvida Jorge Pinheiro, presidente do Hapvida, que participou de live

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