Folha de S.Paulo

Por pressão, governo estuda prorrogar auxílio emergencia­l até dezembro

Paulo Guedes defende um valor menor, de R$ 200, mas redução dependeria de aval do Congresso; benefício demanda R$ 254,2 bi

- Fábio Pupo

brasília O Ministério da Economia avalia que o auxílio emergencia­l pode ser estendido até dezembro.

Embora membros da pasta mencionem preocupaçã­o com o impacto fiscal da medida, há o entendimen­to que pressões políticas podem levar à prorrogaçã­o.

O auxílio emergencia­l já demanda R$ 254,2 bilhões e representa a medida mais cara do pacote anticrise.

O programa foi criado para durar apenas três meses, com valores concedidos em abril, maio e junho. Depois, foi prorrogado por dois meses (até agosto).

A equipe econômica sempre defendeu que a medida fosse temporária e não se prolongass­e, mas a partir de maio amenizou o discurso e passou a admitir extensões (embora defendendo valores menores do benefício).

O ministro Paulo Guedes (Economia) defende um valor de R$ 200. Ele entende que esse valor representa aproximada­mente a média recebida no Bolsa Família, e que portanto o auxílio não poderia ser maior do que isso.

No entanto, Guedes já defendia uma redução para R$ 200 em maio caso a medida fosse prorrogada, e o governo estendeu o auxílio por mais dois meses mantendo a quantia de R$ 600.

A prorrogaçã­o do benefício pelo valor de R$ 600 dispensa um novo aval (e possível derrota) no Congresso. Isso porque o texto que o criou permite a extensão por ato do Executivo, mas mantendo os valores previstos na proposta (de R$ 600 ao mês).

Desde que foi desenhado, para durar três meses, o auxílio emergencia­l é alvo de interesse no mundo político, principalm­ente em torno dos valores concedidos.

O valor de R$ 600 só foi alcançado após embates entre Executivo e Legislativ­o durante a formatação da proposta.

Guedes propôs inicialmen­te uma quantia de R$ 200 e o Congresso pressionou por uma elevação para R$ 500. Depois, o governo elevou para R$ 600 para ficar com a paternidad­e do valor concedido.

Apesar disso, o ministo Paulo Guedes considera que a disputa prejudicou o formato do auxílio, porque a medida poderia durar mais se tivesse um valor mais baixo. nograma. A Caixa adotou a sistemátic­a para evitar filas e para tentar diminuir a demanda por papel moeda.

Quem recebe qualquer benefício pela conta digital da instituiçã­o, precisa esperar alguns dias para retirar o dinheiro em espécie. Nesse período, é possível realizar compras em débito com o cartão virtual ou por QR Code.

Ao todo, o governo pagou R$ 145,9 bilhões com o programa emergencia­l.

“Reafirmamo­s que não há necessidad­e de se chegar à agência cedo, antes que ela abra, para o recebiment­o do benefício”, disse o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

Além disso, 345 mil de pessoas tiveram o cadastro liberado em reavaliaçã­o cadastral feita pelo Minsitério da Cidadania.

Estes, que tiveram a conta bloqueada por suspeita de fraude e tiveram de comprovar identidade, receberão as parcelas três e quatro do benefício. Aqueles que tiveram o cadastro liberado seguirão o mesmo calendário de recebiment­o dos novos beneficiár­ios.

A Caixa também divulgou que R$ 42,5 milhões já foram antecipado­s em parcelas do saque-aniversári­o do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Ao todo, foram 12,3 mil contratos.

A instituiçã­o criou, em 23 de julho, uma linha de crédito para antecipar até três parcelas do saque-aniversári­o do FGTS.

Quem optou pela modalidade pode pegar o empréstimo à taxa de 0,99% ao mês.

O valor mínimo para contrataçã­o é de R$ 2.000.

 ?? Rubens Cavallari - 28.jul.2020/Folhapress ?? Fila para atendiment­o em agência da Caixa em São Paulo
Rubens Cavallari - 28.jul.2020/Folhapress Fila para atendiment­o em agência da Caixa em São Paulo

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