Folha de S.Paulo

Em outra cidade, brasileiro vê seu teto de gesso cair

- Daigo Oliva

são paulo O brasileiro Rajeh Merhi, 39, estava conversand­o com a mãe e a irmã no momento em que uma explosão ocorreu em Beirute, capital do Líbano. Caso estivesse próximo ao local do incidente, poderia estar entre as vítimas da tragédia.

Só que Merhi estava em outra cidade, Aley, a cerca de 20 km de onde a explosão ocorreu. Ainda assim, viu parte do teto de gesso da casa de sua mãe cair. O barulho fez com que pensasse se tratar de uma bomba jogada por um avião —talvez o início de uma guerra. O prédio de quatro andares tremeu, conta ele, que chegou a ouvir o barulho da explosão.

Assim como na casa da mãe de Merhi, vizinhos tiveram danos pequenos, como móveis e copos quebrados. Já em Beirute, paredes foram destruídas, e janelas, quebradas.

Segundo o premiê libanês, Hassan Diab,, o incidente foi causado por 2.750 toneladas de nitrato de amônio, usado como fertilizan­te. “É inadmissív­el que um carregamen­to de nitrato de amônio, estimado em 2.750 toneladas, esteja em um armazém há seis anos, sem medidas preventiva­s”, afirmou Diab na noite de terça (horário do Brasil).

No Líbano desde 2016, o gerente de TI vê a explosão como mais um agravante num país que já passa por grande crise econômica. O fato de o incidente ter ocorrido na zona portuária, diz Merhi, certamente vai afetar a chegada de alimentos e medicament­os em uma economia que depende de importaçõe­s.

“Essa explosão, na situação em que o Líbano está, numa crise econômica com pessoas morrendo de fome, foi uma tragédia”, diz o descendent­e de libaneses. “E, recentemen­te, depois das crises econômica e política, teve ainda a Covid, com medidas de restrição que pioraram a dificuldad­e para trabalhar.”

“Essa explosão, na situação em que o Líbano está, numa crise econômica com pessoas morrendo de fome, foi uma tragédia Rajeh Merhi brasileiro que mora em Aley, a 20 km do local da explosão

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