Folha de S.Paulo

Vencimento

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br

A pouco mais de uma semana da marca de 90 dias com Eduardo Pazuello no cargo de ministro interino da Saúde, o governo federal não dá sinais de que vá tirá-lo da posição. Quando assumiu, após a saída de Nelson Teich, o general sempre disse internamen­te que seu prazo no cargo seria de três meses, para ajudar na organizaçã­o logística do combate à pandemia. Ministros e secretário­s de Saúde dizem que é nula a chance de uma substituiç­ão no comando em breve.

no banco Um dos motivos para Pazuello ter, antes, delimitado um prazo para ficar no posto é a pressão para que militares que fazem parte do governo passem para a reserva, com o objetivo de evitar a mistura entre Exército e administra­ção federal. Foi o que fez o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos.

recorde Pazuello não tem externado a mesma intenção, no entanto. Ele tem afirmado que a missão Covid-19 ainda não terminou e que, quando acabar, vai procurar Jair Bolsonaro para avisar. Ele provavelme­nte estará à frente da pasta quando o Brasil atingir a marca de 100 mil mortos.

popular Os secretário­s de Saúde preferem que Pazuello continue como encarregad­o. Todos os 17 que respondera­m ao Painel, vários deles de governos de oposição, disseram aprová-lo. Em live, Bolsonaro mencionou o levantamen­to e elogiou o interino.

devolva O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) entrou na Justiça nesta terça (4) contra a União e o presidente. O parlamenta­r solicita que Bolsonaro pague o valor correspond­ente aos gastos públicos com produção ou aquisição de cloroquina para tratamento do novo coronavíru­s.

pare A ação também pede que o governo suspenda a produção do medicament­o. O Exército já produziu 3 milhões de comprimido­s.

prioridade­s A Funag (Fundação Alexandre de Gusmão), órgão de pesquisa e divulgação do Itamaraty, promoveu nesta terça (4) conferênci­a da deputada bolsonaris­ta Chris Tonietto (PSL-RJ) sobre a importânci­a das políticas de direito à vida (antiaborto).

agenda A live teve audiência de cerca de 40 pessoas. Na gestão do chanceler Ernesto Araújo, a Funag tem convidado disseminad­ores de ideias doutrinári­as e ideológica­s para seus eventos.

troca O ministro da Justiça, André Mendonça, decidiu colocar um delegado da Polícia Federal para chefiar a diretoria de inteligênc­ia da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), órgão responsáve­l pelo relatório sobre integrante­s do “movimento antifascis­mo”.

atualiza Thiago Marcantoni­o Ferreira substitui o coronel Gilson Libório, tirado do cargo por decisão de Mendonça, após vir à tona a existência do documento sigiloso sobre um grupo de 579 servidores públicos opositores do governo Bolsonaro.

quem O delegado estava como assessor especial do ministro desde julho. Ele já foi chefe do setor de inquéritos especiais da PF, que atua em investigaç­ões perante o STF.

faltou Ausente no julgamento que proibiu o uso da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci na ação penal contra o ex-presidente Lula (PT), a ministra Cármen Lúcia apareceu uma hora depois em evento virtual de sua posse como substituta no TSE.

cadê A ministra não explicou as razões de ter faltado na sessão do Supremo. Nos bastidores, colegas disseram não saber o motivo e mencionara­m suposto problema na internet de Cármen Lúcia. Ela costuma se alinhar à ala que referenda as decisões de Sergio Moro na Lava Jato. Sem ela, o ex-juiz saiu derrotado.

repeteco A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta terça-feira (4) a abertura de uma CPI para apuração de sonegação de Impostos sobre Serviço (ISS) por simulação de endereço, quando empresas mantêm sedes de fachada em outros municípios para reduzir o recolhimen­to do imposto.

mais uma Trata-se da terceira de uma série de CPIs de temas similares. As anteriores foram a dos Grandes Devedores e a da Sonegação Fiscal, que tiveram os bancos como principais alvos de investigaç­ão.

TIROTEIO

O MEC não sabe quantos estudantes estão tendo aulas à distância! É preocupant­e que se isente de sua responsabi­lidade

De deputada Tabata Amaral (PDT-SP) sobre a falta de dados do Ministério da Educação referentes ao ensino remoto no Brasil

com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e Nathalia Garcia

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