Rivais trocam papéis 25 anos após final do Paulista de 1995
são paulo Em uma situação bastante atípica no que se refere às arquibancadas, Corinthians e Palmeiras decidem o Paulista. Um time tenta manter o domínio recente estabelecido sobre o rival; o outro, luta para encerrar essa freguesia —e reclama da arbitragem.
O primeiro parágrafo poderia descrever os dérbis desta semana, que definirão o campeão estadual de 2020, mas o contexto se aplica também ao que se viu em 1995, embora os papéis fossem invertidos.
Aquela decisão, saborosa para os alvinegros, completará 25 anos na quinta-feira (6). Na ocasião, depois de empatar o primeiro jogo por 1 a 1 e sair atrás no segundo, o Corinthians buscou o empate em cobrança de falta de Marcelinho e virou na prorrogação, com Elivélton fazendo 2 a 1.
O Palmeiras havia batido o rival nas decisões do Paulista e do Torneio Rio-São Paulo de 1993 e do Campeonato Brasileiro de 1994. Algumas dessas partidas tiveram contestações sobre a arbitragem, o que fez os corintianos chegarem ressabiados à final de 1995.
Para evitar novas queixas, a FPF (Federação Paulista de Futebol) foi buscar um juiz estrangeiro. O duelo derradeiro teve o apito do francês Rémi Harel e terminou com o Corinthians campeão.
“O rival era o favorito, e existia chacota, gozação, porque o Corinthians não ganhava o Paulista desde 1988. A gente se uniu e falou: ‘Basta de passar vergonha, a nossa hora chegou’”, diz Marcelinho à Folha.
É esse sentimento que buscam, agora, os palmeirenses, que vêm colecionando fracassos nos confrontos com o oponente, que, após décadas atrás na contagem, hoje lidera o histórico do embate por uma vitória (128 a 127).
O mais dolorido, em 8 de abril de 2018, ainda está fresco na memória. Na primeira decisão entre os clubes no Allianz, o Corinthians fez a festa no campo rival, ao vencer por 4 a 3 nos pênaltis após ganhar de 1 a 0 no tempo normal.
Na ocasião, muito se reclamou de uma suposta interferência externa na arbitragem de Marcelo Aparecido Ribeiro, que recuou após marcar um pênalti para o time da casa.
Agora, o clube tenta criar um clima de pressão sobre o árbitro Raphael Claus, escalado para o primeiro jogo. “Que não tenha questão extracampo para atrapalhar ou manchar o campeonato”, disse Edu Dracena, assessor técnico do Palmeiras.